De: "theresa.catharina"
Para: "jholiveirajr"
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Data: Tue, 14 Dec 2004 19:26:29 -0300
Assunto: (cinema - Theresa Catharina) (filme) A Casa da Rússia (com foto abaixo)
A casa da Rússia
Drama
de suspense e romance, em clima de guerra fria, num contexto de política,
mistério, espionagem internacional, "A Casa da Rússia" (The Russia House -
EUA, 1990 - de Fred Schepisi - 123 min. - cor - scope - dolby) é um filme
inteligente, bem produzido. Aliás, um de meus preferidos no gênero.
"Na minha vida, agora, só há espaço para a verdade."
Sem apelações, não tem contra-indicação de faixa etária, inclusive porque a
história destaca,entre seus temas e personagens, a relação harmoniosa de três
gerações em uma família russa de classe média.
"Você é a minha única pátria."
Apesar da trama conter elementos trágicos, esses eventos são inseridos no
roteiro de forma implícita, alternados com momentos em que a direção de arte
proporciona deleite estético, ou com situações mais amenas.
Sean Connery (à vontade e charmosíssimo) e Michelle Pfeiffer ( graciosa,
lindíssima, com figurinos, penteados e maquiagem que realçam o seu tipo físico )
encabeçam o elenco dessa produção com enigmas e ação, com fotografia esmerada (
Ian Baker ) na cenografia de interiores e nas locações externas; e com uma bela
trilha sonora de Jerry Goldsmith.
Entre os atores do filme: J.T. Walsh, Roy Scheider e Klaus Maria Brandauer.
Inspirado em obra de John Le Carré ( autor de O alfaiate do Panamá ), o enredo
envolve questões de interesses conflitantes, inclusive pessoais e familiares,
além de profissionais. Acontecimentos, detalhes da cena e os diálogos exigem
atenção do público.
Em quem se pode confiar? Quem está sendo sincero? Quais as palavras que não
estão mentindo? Onde está a malícia? Ou armadilha? Que palavras oferecem
proteção, salvaguarda? Trata-se de um jogo político-armamentista? De objetivos
comerciais? Ou ideológicos? Ou tudo isso, mesclado, disfarçado...num contexto de
ambigüidade?
Os protagonistas Katya (Michelle Pfeiffer ) e o editor Barley Blair ( Sean
Connery )
vão revelando a complexidade do roteiro e de seus sentimentos, no desenrolar do
filme. Suas interações têm elementos do passado que podem determinar as decisões
importantes que precisam tomar, em meio à pressão do tempo e dos outros
personagens.
"Eu te amo. Com um amor altruísta. Um amor adulto, amadurecido."
O elemento que não fora previsto tornar-se-á dominante,
decisivo...configurando-se uma situação incontrolável. Porque não se pode
avaliar, mensurar, o que, por sua própria natureza, não é mensurável... E toda a
estratégia fica suspensa pelo fio ao mesmo tempo frágil e poderoso do amor.
"Eu a amo. E não vou abandoná-la."
Em Lisboa, transpirando lirismo em sua paisagem urbana, vamos nos sentir
emocionados com aquele amor capaz de amar o ente querido e todos os seus afetos
mais próximos. Um amor que não demora - e se sente muito à vontade - a incluir,
na individualidade da pessoa amada, o conjunto de amores que vibram no coração
de quem foi escolhido. Sem restrições, o abraço amoroso une, abriga e protege,
fazendo desabrochar a tranqüilidade, a alegria indisfarçável dos que se
reconhecem abençoados pelo amor.
Theresa Catharina de Góes Campos
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