ESCRAVIDÃO VOLUNTÁRIA Escravidão voluntária (ref. a telefones celulares - abuso!)
No campo e na cidade, dentro e fora dos edifícios e veículos, uma praga se alastra como epidemia sem vacina, simulando progresso e liberdade. Telefones celulares e bips interrompem conversas, invadem o espaço sonoro; perturbam os momentos de oração e lazer, as salas de aulas, as bibliotecas, as igrejas, os cinemas e teatros. Um horror! As pessoas não parecem entender que, ao invés de demonstrarem evolução, poder, eficiência e posse, estão revelando incompetência no uso de seu precioso tempo. Afinal, deixam-se envolver em compromissos supostamente inadiáveis, abdicam de seus momentos de privacidade, esquecem as mais elementares regras de etiqueta, mostram-se descorteses, egoístas ao extremo. Falta de educação, organização, planejamento...salta aos olhos dos que, incomodados e/ou boquiabertos, resistem a esse tipo de escravidão voluntária, sentem-se mal e aguardam que, num instante de reflexão, os viciados no uso ininterrupto de bips e telefones celulares venham a compreender que se deixaram dominar por um vírus barulhento e visível. Afinal, não se trata mais de prova de status...aparelhos reais ou de brincadeira, surgem nas mãos de todos... como armas quase tão perigosas como os revólveres de brinquedo. Olhando-se à volta, vemos que apenas os bichos ainda não dispõem de celular. E por isso são mais saudáveis do que nós! Tenhamos a coragem de resistir, colocando limites aos exageros e abusos, dizendo "não" a esta nova forma de escravidão voluntária. Conscientes da liberdade que precisamos conquistar a cada dia, reconhecendo os direitos e a dignidade do próximo, aprendamos - e tenhamos orgulho de mostrar que sabemos exercer tal domínio - a manter nossos bips e celulares, apesar de ativos, agradavelmente invisíveis e calados, aguardando que a nossa inteligência determine quando, com urgência, precisamos utilizá-los! Theresa
Catharina de Góes Campos |