INFORMATIVO

INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL:

UM DESAFIO PARA A GESTÃO DE PESSOAS

Caros participantes do XI Encontrarh, caríssimos associados da ABRH-DF, senhoras, senhores, amigos e companheiros da ABRH-DF,

Sinto-me extremamente honrada em mais uma vez dar início ao Encontro Anual de Recursos Humanos do Planalto Central, na sua XI Versão e poder dar boas vindas aos profissionais da gestão de pessoas de Brasília e diversos Estados numa reunião de aprendizado, debates, troca de experiências e crescimento mútuo. O ENCONTRORH é uma festa do conhecimento e da realização do conhecimento na prática profissional de cada um dos que aqui vêm contribuir com suas vivências.  Neste ano, escolhemos como tema para animar nossas discussões “A educação e a inovação organizacional como um desafio para a gestão de pessoas”.

E o que pretendemos com essa provocação?

Todos sabem que vivemos no mundo onde as mudanças acontecem com velocidade cada vez maior.  Só sobreviverão ao redemoinho das mudanças aquelas organizações que se revelarem capazes de se adaptar a esse mundo em contínua aceleração.  É nesse cenário que despontam as organizações que aprendem. Só conquistarão espaços de mercado e legitimidade institucional aquelas organizações que forem capazes de introduzirem a inovação e difundirem o conhecimento através da inovação.

Isto também vale para o setor público, pois a Administração Pública gerencial não deve se satisfazer apenas em responder à demandas da sociedade.  Deve procurar criar novos instrumentos de intervenção e antecipar-se às necessidades do cidadão cliente.  Não precisamos consultar o cidadão-cliente para sabermos que temos que oferecer melhores escolas, melhores serviços de saúde e um programa responsável e realista de renda mínima para as famílias desassistidas.

Por outro lado, não podemos negligenciar a função educacional das organizações públicas e privadas.  Já tivemos oportunidade de discutir a aprendizagem organizacional e a gestão de competências.  Agora pretendemos discutir questões basilares. De um lado, o papel social das organizações na formação dos indivíduos, oferecendo educação básica àqueles que não puderam se alfabetizar ou terminar o segundo grau, o que permite valorizar cargos e promover social e existencialmente os que nela trabalham.  De outro,  queremos discutir a educação corporativa, um processo de formação que consiste numa troca de equivalente, num jogo do ganha-ganha.  Aqueles que participam do processo de desenvolvimento de pessoas ganham um enriquecimento que fortalece a organização, que, por sua vez, pode valorizar ainda mais os seus membros.

Aliada a estas questões, constata-se que a formação acadêmica, oferecida pelo ensino formal, já  não é suficiente para atender às necessidades concretas e específicas de determinados ramos de atividade ou negócio, cuja complexidade, especialidade ou necessidade de mudança demandam um aporte suplementar de informação, treinamento e conhecimento.

O próprio setor público no Brasil já  tem essa percepção, visto que a reforma administrativa implantada pelo Governo Federal em 1998, por meio da Emenda Constitucional n. 19, já preconizava a criação das escolas de governo, precisamente para buscar a formação de servidores públicos, obedecendo a currículos e programas de treinamento específicos, que respondam às demandas e necessidades dos diversos órgãos da máquina estatal.

Estas e outras questões estarão na ordem do dia dos debates que agora começam.  Procuramos recrutar as competências estabelecidas em cada área para que as discussões possam ser muito ricas e favorecem uma mudança de atitudes nos meios empresariais e públicos, conscientizando os setores mais refratários a essa nova postura de responsabilidade social.

Tenho a convicção de que o contributo de especialistas dessa envergadura e as não menos valiosas intervenções dos participantes, honrando a tradição desse nosso conclave, abrirão novos e ainda mais fascinantes caminhos de saber e renovação para todos nós.  Espero que estas três jornadas sejam o início de um trabalho de reflexão  sobre a responsabilidade de cada um de nós na introdução da inovação e na promoção da educação de nossos companheiros de trabalho em todos os níveis.  E que também se constitua em uma oportunidade de aprendizado e de congraçamento, de aproximação e estreitamento de laços pessoais e profissionais que nos unem, no propósito comum de aperfeiçoar e engrandecer nossa arte de gestão de pessoas.

Felicidades a todos no evento que se inicia! Muito obrigada!

*Discurso da Presidente da ABRH-DF, Maria Cecília Landim, na abertura do 11º  Encontrarh.

Brasília-DF, novembro/dezembro de 2001.