AS NECESSIDADES DO SEU FILHO E O TERRORISMO DAS DROGAS Zaquie Meredith Jornal “Comunidade” Brasília-DF, 10 de março de 2002. “Grande parte de vosso sofrimento é por vós próprios escolhida” (K. Gilbran) As drogas deixam o ser humano com uma alteração no campo energético, afetando a mente, a percepção. A pessoa percebe e vive o irreal, afastando-se cada vez mais da realidade. Fica sem decisão de ater-se ao que é verdadeiro, por causa destas alterações. Fica à mercê das reações químicas. Pede o controle da vida, de como ela poderia ser, pois a atenção pela vida é cada vez mais desastrosa. Isola-se. Projeta erroneamente nos outros o que é exclusivamente seu. Trabalhei como voluntária, durante cinco anos no exterior, em um hospital de recuperação de drogas e alcoolismo. Presenciei alguns problemas na família e, com tudo isso, verifiquei que drogas são um problema de toda sociedade. Sempre achei que a Rede Globo poderia ter mais participação nas questões sociais, informando, conscientizando. Mesmo sendo tão poderosa, ela tem usado muito pouco o seu poder no sentido de beneficiar a população quanto a estes assuntos. Mas, parece que as coisas estão mudando. Pela novela “O Clone” ficamos mais íntimos deste mundo, ainda submerso, das drogas. Verdade que não é todo adolescente, que as “experimenta”. Aquele que o faz, no entanto, tem pouco conhecimento do que é a realidade da droga. Assim, para mim, toda informação possível que você possa dar ao adolescente, pré-adolescente ou até criança, sobre este assunto é benéfica. Pela minha experiência, o jovem que mais se sente atraído pelas drogas é aquele em que: -existe um distanciamento emocional entre ele e os pais, portanto, sente-se isolado, sozinho, fechado; -é altamente influenciável pelos amigos ou namorada, e fará de tudo para agradá-los desde que se sinta “bem aceito”; -tem muito tempo pelas mãos, acha a vida tediosa, tem tempo demais sem ser preenchido, tem poucas responsabilidades; -tem baixa auto-estima; -sente-se muito criticado pelos pais, não se sente aceito ou amado; Estas características não são adquiridas pela adolescência necessariamente, elas já vêm despontando na pré-adolescência. Assim, você pode perceber desde já, como o seu filho, filha, está reagindo. Como precaução, eu diria para sempre estar perto dos filhos. Emocionalmente. Conversando. Que eles sintam que podem confiar em você e que você está do lado deles. Que você se importa. Que você se preocupa e ajuda a organizar o tempo deles. Veja, é diferente de bisbilhotar, criticar, mandar. É ajudar, é ser amigo, é se importar. E se você não agiu assim antes e percebe agora um grande vácuo entre você e ele, então, perdoe-se e passe a conversar. Aproxime-se. Desculpe-se. Coloque a sua preocupação sempre no sentido de ajudá-lo e não no sentido de dizer que ele ou ela é incapaz. PERCEBA, a diferença é enorme. As drogas são um vício difícil de ser tratado porque requerem sensibilidade e firmeza ao mesmo tempo. Quando você se coloca numa atitude de ajuda ao seu filho, terá que ser firme o suficiente para não tolerar a continuidade deste hábito. O jovem não tem interesse na droga em si, ele desconhece verdadeiramente o que é, e busca outra satisfação, ilusoriamente através dela. Se você entender isso, saberá agir com sabedoria e sem desespero. Busque também ajuda de um profissional, que entende desta área. Firmeza e ternura são os melhores ingredientes. Seja parceiro sem ser cúmplice. Está na hora de atender as necessidades do seu filho. Não deixe que a droga o faça. ZAQUIE MEREDITH, Socióloga e pesquisadora formada em Terapia de Campo Energético nos EUA, B. Brennan – faz terapia “Mãos de Luz”. CRT 33406 Tel.: 911-1819 zmeredith@uol.com.br |