SANTA PAULINA DO BRASIL

Revista “Cavaleiro da Imaculada”

Maio de 2002

Dia 19 de maio - data de canonização da primeira santa do Brasil, a Beata Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

Nascida Amábile Lúcia Visintainer, em Vigolo Vattaro, Itália, veio para o Brasil com dez anos, em 1875, fixando residência em Santa Catarina.

Desde a Primeira Comunhão, Amábile (amável, em italiano) alimentava a idéia de abraçar a vida religiosa, o que compartilhava com sua amiga Virgínia Rosa Nicolodi.  Com o falecimento de sua mãe, coube-lhe a missão de ajudar seu pai na criação dos irmãos, o que a levou a deixar para mais tarde a concretização desse sonho.

Em julho de 1890, com 25 anos, Amábile deixou sua casa e, com a amiga Virgínia, foi morar num casebre, na cidade de Tijucas, onde iria cuidar de uma cancerosa no grande desejo de iniciar seu trabalho missionário de ajuda aos necessitados.  Dá-se, então, início a um novo estilo de vida que irá caracterizar a Congregação que foi fundada por ela e aprovada pela diocese aos 25 de agosto de 1895.  Em dezembro do mesmo ano, Amábile emite seus votos religiosos e passa, então, a ser Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

Irmã Paulina, ao lado de suas irmãs, ensinava catequese e dedicava-se aos doentes, órfãos e idosos.  Em 1903, foi eleita Superiora Geral, momento em que se mudou para São Paulo e, no bairro do Ipiranga, iniciou uma obra de assistência aos escravos libertos e seus filhos.

Em 1909, deixando o cargo de Madre Superiora, vai para Bragança Paulista, interior de São Paulo, para trabalhar com os doentes da Santa Casa e os idosos do Asilo de São Vicente de Paulo.  A Congregação das Filhas da Imaculada Conceição passa a ser chamada de Irmãzinhas da Imaculada Conceição.

Em 1918 retornou à Casa Geral, no Ipiranga, para se dedicar à formação das jovens vocações da Congregação.

Em 1933, o Papa Pio XI assina o Decreto de Louvor à sua Obra e aprova as Constituições da Congregação.  Cinco anos depois, devido à diabetes, Madre Paulina sofreu várias amputações e sua vista começou a enfraquecer, ficando quase cega.  Mesmo com uma visão escassa e sem um braço, manteve-se ativa, confeccionando rosários e flores.  Após um agravamento em seu estado de saúde, Madre Paulina, já cega e paralisada, veio a falecer aos 9 de julho de 1942.

O exemplo de vida de Madre Paulina, sua fé e dedicação levaram vários fiéis a terem uma verdadeira veneração para com ela.  Os trabalhos pela canonização de Madre Paulina iniciaram-se em 1965, quando aconteceu o primeiro milagre que lhe foi atribuído: a cura de uma mulher com hemorragia pós-parto, milagre este reconhecido oficialmente em 1989.  O segundo milagre aconteceu em 1992, quando uma menina, com um tumor cerebral, já desenganada pelos médicos, foi curada. Em 18 de outubro de 1991, foi proclamada sua beatificação pelo Papa João Paulo II, em cerimônia realizada em Florianópolis, Santa Catharina.

Santa Paulina passou 68 dos 76 anos de sua vida ajudando aos necessitados no Brasil.  E, por essa sua dedicação, a primeira santa do Brasil será canonizada pelo Papa João Paulo II.  O dia 9 de julho é o dia da memória litúrgica de Santa Paulina do Brasil.

Revista “Cavaleiro da Imaculada” – maio de 2002

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