A HISTÓRIA DA IMPRENSA NO VELHO MUNDO

Notícia do Brasil na Alemanha

Impressa  em 1508 ou 1509, apareceu na Alemanha uma folha volante com narrativa de uma viagem, sob o título “Copia der Newen zeytung ausz Presillg Landt” (Cópia da Nova Gazeta da Terra do Brasil).  Conservaram-se onze exemplares desse impresso, um dos quais está na Biblioteca Nacional e faz parte da coleção Benedito Otoni, organizada por José Carlos Rodrigues, que a adquiriu por um preço extravagantemente alto.  Os “Anais da Biblioteca Nacional”, no volume trinta e três, mostram um “fac-símile” da “Nova Gazeta da Terra do Brasil”, acompanhada da versão portuguesa.

Os primeiros periódicos

Ainda no século XVII Milton publicou a sua “Aeropagítica”, de 1644, que constituiu a primeira defesa sistemática da liberdade de imprimir.  Carlos Rizzini observa que, do primeiro livro – a Bíblia de 42 linhas, de 1456 – à primeira gazeta impressa, em 1605, transcorreram cento e cinqüenta anos e que “ia já o mundo pelo caminho renovador”.  Os correios, e não a tipografia, determinaram o periodismo.  Realmente, a informação precisava ser transmitida regularmente, como eram as malas postais de oito em oito dias.  Os impressores de Estrasburgo e Basiléia buscavam a periodicidade quando as numeraram e distribuíram em datas determinadas, embora muito distanciadas.  Na biblioteca universitária de Heidelberg, existe a coleção completa de um ano inteiro, de uma Relação Semanal, ou melhor, de um semanário editado pelo impressor Juan Carolus, em Estrasburgo, em 1609.

O primeiro jornal impresso do mundo aparece no ano de 1605, em Antuérpia, na Bélgica, sendo periódico.  Chamava-se “Nieuwe Tydingen”. Em 1609, começou a circular na Alemanha um semanário. Os “Ordinarii Zeitungen” também datam do mesmo ano.

Apontando os primeiros jornais impressos do mundo, discordam bastante os historiadores.  Assim, González Blanco afirma que o primeiro  foi o de Leipzig, de 1660.  Entretanto, os autores concordam, por unanimidade, na indicação do primeiro diário em língua inglesa, citando o “Daily Courant”, fundado por Elizabeth Mallet, no dia 11 de março de 1702.  Logo depois, Samuel Buckley assumiu a direção desse periódico.

Como as notícias internas sofriam uma verdadeira asfixia por censura, os jornais da época preferiam noticiar fatos ocorridos no estrangeiro.

O primeiro jornal diário da França, de 1777, viveu como diário até 1819 – era o “Journal de Paris”, e não assumiu um papel de destaque porque o povo francês não dava muita atenção ao jornal diário, com informações quotidianas.  Interessava-se mais pelos periódicos de maior profundidade, como o “Journal des Savants” ou o “Journal des Débats”.

Dizem que o “Journal des Savants”, de 1665, foi o primeiro a empregar a palavra “journal”.

O “Times”, ainda hoje uma instituição inglesa, data de 1785.

A imprensa no Japão

A arte da impressão, originária da China, foi introduzida no Japão em meados do século VIII.  No princípio, era gravada em madeira e aplicava-se principalmente na impressão dos livros sagrados do Budismo.  Segundo a História, o tipo moderno de impressão, ao estilo europeu, foi empregado pela primeira vez na Prefeitura de Nagasaki, em 1856.  Desde então, introduziram-se as formas de impressão (tipografia) ao estilo europeu-americano, logo assimiladas, chegando a criar a técnica de impressão adequada ao Japão, mostrando ao mesmo tempo um notável desenvolvimento, motivado pela crescente demanda, a cultura nacional e o progresso social do país. 

As empresas de impressão, segundo o tipo que adotam, se classificam em:

a) as tipografias – usando principalmente letras de imprimir;

b) as de “Off-Set” (fotografia, de modo especial);

c) as que usam ambas as técnicas.

Depois dos Estados Unidos e da União Soviética, o Japão tem a maior circulação diária de jornais no mundo inteiro, embora a circulação por mil pessoas seja de 434 (quinto lugar mundial).  Os periódicos mais importantes, tais como o “Asahi”, o “Mainichi”, o “Yomiuri”, o “Sankei-Jiji”, o “Nihon-Kcizai” e o “Tóquio” publicam edições matutinas e vespertinas durante os 7 dias da semana.  Além dessas edições diárias, publicam outras semanais, mensais e ilustradas, tratando de assuntos os mais diversos.  De vez em quando, também publicam livros.  Entre os diários editados em inglês, estão: “The Japan Times”, “Asahi Evening News”, “Mainichi” e “Yomiuri”.

Existem atualmente 255 diários no país e, se as edições matutinas e vespertinas forem consideradas como periódicos distintos, a circulação total alcança a cifra de 37 milhões de exemplares.  Isso significa que, cada família japonesa lê, em média, 2 periódicos por dia.

No início de 1960, 112 jornais, 7 agências de notícias, 20 companhias radiodifusoras e estações de televisão e 2 agências noticiosas de televisão eram filiadas à Associação de Editores e Proprietários de Jornal do Japão (Nihon Shimbun Kyokai).  A circulação dos jornais dos membros dessa associação abrange mais de 97 por cento da circulação total de diários japoneses.

A “Kyodo Tshushin” e a “Radio Press” figuram entre as principais agências noticiosas que fornecem serviço ultramarino.  

A radiodifusão foi iniciada em 1925, pela “Nippon Hoso Kyokai (NHK – Japan Broadcasting Corporation), que é a única empresa  oficial de radiodifusão no país.  Dirigida por uma Junta, que representa o povo, mantém-se com o produto das taxas cobradas dos ouvintes.  Emissoras comerciais e a Companhia Radiodifusora do Japão (NHK) incumbem-se da transmissão de rádio e televisão para o exterior.  Juntamente com o progresso e o desenvolvimento dessas empresas de telecomunicações, as pesquisas e os ensaios técnicos têm sido intensificados, e a produção de equipamento de telecomunicação, baseada no elevado nível industrial do país, estende-se aos produtos os mais variados, satisfazendo não apenas as necessidades internas, mas ainda às demandas externas.

A radiodifusão particular e comercial foi iniciada em 1950, tendo a NHK sido a pioneira na transmissão de TV, que começou em 1953.

Tanto a NHK – TV como a NTV (Rede de Televisão Nihon) efetuaram suas primeiras experiências de TV a cores em fins de 1957.  Agora, transmitem com regularidade e diariamente programas curtos em cores.

A “Rádio Japão”, que é o serviço ultramarino da NHK, é ouvida em todo o mundo.  Os idiomas utilizados nas transmissões internacionais incluem o inglês, alemão, francês, português, espanhol, tailandês, árabe, indonésio, chinês, cantonês, “fukienes”, italiano, russo, hindu e urdu.  Apresenta programas informativos sobre o Japão e músicas selecionadas.

Cerca de 100 jornais estrangeiros, agências noticiosas e organizações de rádio e televisão mantêm filiais no Extremo-Oriente, ou correspondentes-residentes, instalados em Tóquio.  

Theresa Catharina de Góes Campos

(do livro “O progresso das comunicações diminui a solidão humana?  Uma interpretação histórica das comunicações gráficas e audiovisuais, desde a Pré-História até o Intelsat” – de Theresa Catharina de Góes Campos.  Editora Lidador, 1970.)