Aos Caríssimos Eleitores

Agnes Marta Pimentel Altmann

Cansado de ser o "remédio" para curar todas as injustiças sociais acumuladas que duram e perduram no País auriverde, e sem mais "recursos cabíveis", já que "voto cabrero" faz "coisa julgada", o Presidente, com toda sua franqueza humana convincente, por meio de coletiva manda boas "lembranças a todos" os caríssimos eleitores!... Sem mais escutas telefônicas, direito à privacidade também é fundamental. Está mesmo decidido, depois de repassar o "dever de casa" ao seu aclamado sucessor, a retomar as amenidades "sociológicas" do exílio, o "dolce far niente" bem merecido, mormente após a irrevogabilidade do "dever cumprido", via medidas provisórias.

Quem há de dizer que não falou também de flores?... Todos sempre mandam flores, mas quase ninguém lembra que elas contêm lá seus ácaros transportados por beija-flores! Malgrado o saldo negativo global da crise cambial, "garante" que tudo estará sob "seu" controle! "...Tomara meu Deus, tomara"!... Porém vai ficar travado no peito o eco do sentimento do esfolamento patriótico involuntário, em que pese o "foi sem querer", e acreditem caríssimos eleitores, é mais "culpa" dessa insustentável "cultura" da indiferença do carimba aqui, carimbó lá... -

Ai terra que tem cadeias onde comandam os marginais!... Essa questão, porém, a curto e médio prazos não há solução à vista!... Fica como mais um caso, quem sabe, para a "advocacia geral da união", na ausência do desembargador e curiosidade acadêmica para os experts em crime organizado, dispostos a encarar a realidade nacional...

- Vai eleitores, vai malfeitores... Tanto desespero que mal sabem se trocam o purgatório pelo inferno à procura de uma luz no fim do túnel, na hora de votar... Coitados dos eleitores! Se bem soubessem não votavam. ? Como, não? - É obrigatório!... Depois não conseguem ceder à mania de atribuir somente aos seus governantes a maior parte da culpa cooptada. - Choque de confiança? - Muito pelo contrário, não há porque, S. Excia. sempre foi acadêmico praticante muito respeitado, campeão até de "rodeios", tanto que a "f-r-ase" de "caipira" escapou.

Como cidadão é também um tripulante desse mesmo "barco furado"... Quer agora ver para crer algum milagre acontecer de quem vai ter que agüentar as pontas no poder, por ordem da maioria, a quem presta reverência de cabeça erguida... força do mérito que não será olvidado entre as reminiscências democráticas, pós "regime forte". S.Excia. guardará no seu cofre de lembranças os anos de alvorada , "saudosa maloca, maloca querida", que lá se foram... juntamente com toda aquela alucinada paixão de urna da "brava" gente brasileira... mas a ficar de mal a pior, antes que o galo cantasse três mandatos consecutivos, não quis mais nem saber, cartão vermelho: "longe vá temor servil" da fundação mundial dos insolventes!...

"E agora José?" ? Se no bairro onde mora ainda não tem água encanada, vai buscar água na bica!... Cuidado, porém, com a dengue... E para fazer uma retrospectiva dos velhos tempos da roça, recomenda-se jantar mesmo a luz de lamparina... mas não fique sem televisão, isso não!...

A cada mandato votar é como atravessar um deserto de temores. Mas nada de meneios... Quem é mesmo que consegue "fazer" alguma benfeitoria, senão, como passatempo, fazer só parte como mais um na memória dos presidenciáveis de tão numerosa massa de presidiados!... Mas, só assim, e aos poucos essa difícil conquista da liberdade de opinar amadurece, e aí quem sabe, os caríssimos eleitores vão aprendendo que votar não é brincar de governar... Votar aleatoriamente é também assumir o risco tanto nominal como coletivamente.

Saudades? - Com tantos custos já estava na hora de fazer balanço, sacudir a poeira e dar a volta de novo por cima, ó Pátria amada, idolatrada em cujo seio, oh liberdade canibal beira os equinócios dos marginais, pois já não tem hora - dia e noite -, em que se não correr o "bicho" pega, se ficar o "bicho" come e aí corre que atrás vem gente com o "coração que por ti gela" e "com fita no dedo querendo lembrar o que esqueceu"...

Entre agir e não radicalizar, já não dá nem mais para "cismar sozinho à noite" alguma coisa , vagueia-se espreitando, lado a lado, a "vida e morte do zé ferino" que sem restrição tem mais " a paz de viver solto" que o direito de se poder ir e vir. "Negligência" escandalosa!... Mas saibam quantos esta virem que administrar não é para "ama-dores" e nem pseudo "investe(in)dores", numa aventura eleitoral de estatolatria. Por certo ainda "minha terra tem palmeira, mas onde canta o sabiá"? ? Calado...

Agnes Marta Pimentel Altmann

Direito e Mestrado em Relações Internacionais