Casar para "com pensar"
Agnes Marta Pimentel Altmann Já é um truísmo e ao mesmo tempo um paradoxo da "era das comunicações", o que todos estão saturados de ouvir dos psicoterapeutas, religiosos e 'casamenteiros': "o segredo de uma união bem sucedida está no trabalho em conjunto, i.e. marido e mulher, através da comunicação salutar, com a troca de informações, pensamentos, opiniões", etc. ? 'Comunicação salutar'... o 'apocalipse' dos relacionamentos da maioria de 'con'sortes' 'retrotraídos' e 'contraídos' pela manifestação dos sentidos 'instintos aniqüiladores', esses vespeiros ou vulcões de "amor fanado", talvez até de algum estado pueril de alteração hormonal ou psíquica, 'com ou sem fusão' no cluble atômico-das-paixões digitais-contatos imediatos-de-aquecimento do planêta, porta'dores de toda sorte de patologias e crueldades dos que se deixam 'prender', com ou sem cumprimento de 'pena' senti'mental. - "Que tempos, meu senhor, que empos!"... Esse o quadro romanesco 'expressionista' do 'esfarela corações', ocultado pelas estatísticas sobre a realidade criminal 'amorosa' de uniõesdes' e não com'pensadas, sem 'meta' apenas 'física' ? sob o império do consumismo da 'forma' ideal como 'atração fatal' para provocar nova 'contração' de destinos humanos 'des'conjugados por 'res'sentimentos e imaturos 'com'-partilhares' - 'behaviorismo' irrefletido da 'desburocratização' ex pacto do 'amor' desvirtuado, falto e idoneidade moral, com abusos não monitorados, obrigação acessória, de natureza infringente, efeito resolutivo e adulteração tácita, independente do regime legal de 'comunhão universal' de bens, sem direito a desconto nos impostos pelas hostilidades não embargáveis, além da falta de claúsulas contratuais 'amorosas', ausência de pré-questionamento até para garantir a sobrevivência da 'espécie', e ainda, sem o mínimo controle de certas emoções que vitimam tantos extrovertidos e introvertidos 'seres vulneráveis', expostos a pressões exercidas pela sociedade do marketing e da mass mídia, com toneladas de apelações lixo mental da delinqüência mercantil de sôfregas paixões modistas temporárias!... - 'Objeto amado'... ícone da presente era, a era do sepultamento não só do romance autenticado pela decisão do "amar como arte de fazer durar" como das juras, não perjúrios, do diálogo amistoso, da segurança interpessoal familiar e, inclusive, da 'privacidade' da mais fina e original das emoções humanas? o amor entre 'Man & Woman', como Deus os criou sem perversões. Encontrar 'objeto amado' nunca foi tão "fácil" e ai dos saudosos românticos; quem precisa das Guerras Mundiais, dos 100 Anos, do Vietnã, da Coréia, Guerra Fria ou até mais uma contra o Iraque, se o próprio 'Amor é guerra'?! - Na era da erótica sex shop digital, "coração" nada mais vale senão como logotipo poluente-ambiental-publicitário, com explícitos-implícitos-inapontáveis-anti-éticos-"haja vista" de 'perfis pernósticos' contrários ao cada vez mais reduzido 'grupo mental' dos de 'conceitos limitados' , conquanto vergonhoso é não trair para dizer "eu te amo" e não fazer outras tantas reticências de malversação, não só de bens como das emoções e sentimentos 'analiticamente' mal verbalizados em invertebrados 'matri'mônios-'patri'mônios "guerra é guerra"-"te mato"-"não chateia"-"cala a boca"-"dobre a língua"-"cretino é você"-"não tenho que lhe dar satisfação", e se "você tá querendo briga", "não sei onde estou que não te quebro a cara", "vou-me embora pra Pasárgada", já que "dos males o menor", pois "eu só levo as lembranças" e no mais, fisicamente "não bato em mulher" porém "tome que o filho é teu!" - Ou nos casos "você não se emenda" do "nunca vi essa mulher antes", "nem aqui nem na China","raio que te parte", "não quero nunca mais saber de você" !... E "assim termina a história" "sem quê nem praquê" dos "não há de ser nada" do "nada como um dia atrás do outro" desses "eu já vi esse filme antes"..."a insustentável leveza do ser" de tais "que pão" vulneráveis "je t'aime, moi non plus" "de lascar" "moça bonita não paga". Argh! melhor é fugir dos "oi" que do "ui" termina em "ai do amor "... "é mole?" - ao invés de amar, dá medo!... Entre mentes no 'juízo singular' deveras não conectadas à 'rede pública' mas no amor privatizado, não conjugado na pluralidade cibernáutica 'corporativista', a comunicação saudável é toda a moral da história. Literariamente ao menos, "romance é como gato", assente J.Cândido de Carvalho - mas não gatuno -, entendendo-se pelo menos a 'simples arte' de escrever romance, só escrever, e nada mais além do lano meramente ficcional das emoções sem 'impressões digitais', acima dos "data vênia" e "outrossim" -, é 'processo' de elaboração complexa e demorada, leva anos até ser lançado, eis que custoso é a comunicação interativa entre os protagonistas, mesmo a do próprio autor na sua relação com o leitor. Nesse processo a arte do "eu sei que vou te amar por toda a minha vida", não que o "amor seja coisa só de poeta", mas em parte consiste na busca do mais adequado uso estético da linguagem, na interação harmônica entre o pensamento, sentimento e as palavras, malgrado as palavras, só palavras não protegem de nada, mas é o que pelo menos os seres humanos têm e podem fazer bom uso na comunicação para dar mais originalidade e valor ao romance com lead, em relação aos 'bons costumes' estilistas de 'papel passado', diferenciado dos romances mercantis e das estórias de 'união romântica' não interativa, do amor ilegível, meros registros das 'boas intenções letra morta' de afeto inverossímil. O "casar é para ter casa" mesmo na versão 'casamento na roça', sobretudo nos dias de hoje mais se assemelha a vestuário prêt-à-porter descartável, feito sob encomenda ou adquirível, no atacado ou a varejo, em agência de matrimônio com ou sem o glamour do 'amor à primeira vista' na sociedade dos ex vi "te arrenego-e-arrenegados-contraentes-e-nubentes", em que nem as badaladas das horas não se vão e vêm em vão, a desbancar tão depressa altar de igreja, celebração gratuita de decisão tão complexa que não devia ser gratuita. Quanta coisa influencia no orçamento da sociedade: carência de mais moradias, escolas, hospitais, tribunais e até delegacias do homem, da mulher, da criança, infra-estrutura preventiva do 'efeito estufa' dado os efeitos contrários colaterais 'contrastantes' da "decisão de amar" que enche as colunas sociais 'prescritas' como as 'ocorrências policiais' decadentes, e "haja!" inutilizar os registros de cartório!... Estes mormente melhor serviriam como banco de dados sobre a 'idoneidade moral' dos pregressos desamores "coisa julgada" de triviais divórcios, em que o Estado com a 'vara' do juiz de família tem mesmo que fazer um "apartheid" na luta corpo a corpo, "apenas por apego aos debates"-do "a culpa é sua", desde os tempos de Adão e Eva, para a 'separação de corpos' entre 'liqüidantes' e 'liqüidados, nessas 'sociedades 'bem de família', sem 'razão social', apenas complemento 'nominal' de tira-e-bota nome, 'enlaces metafóricos' do 'céu com o inferno', "que zorra!"- "por quem não mais os sinos dobram", e malgrado o juridicamente "nem contra nem a favor do divórcio, muito antes pelo contrário", com pormenores onerosos em grau até de última instância!... O "se conselho valesse ninguém dava de graça" do pai, do padre, do pastor, inclusive do Estado e, do livre arbítrio quanto à desistência responsável até na 'última hora' para "antes de casar usar a cabeça, depois de casado usar o coração, preveniria mesmo a 'solução pacífica de conflitos' do "quando um não quer dois não brigam" - da escova de dentes até às homéricas divergências na administração dos bens 'incomunicáveis'. Lei nenhuma "não ata nem desata" felicidade casamenteira nem faz 'controle social' da explosão demográfica, mesmo havendo "disposições em contrário"! quanto às escolhas da ilusão do "vou ser feliz" com o "ser feliz" dos outros, sem ter auto identificação e discernimento psicológicos sobre o "amar o outro como a si mesmo", ao seguir receitas lugar comum do "você é que feliz", se não for feliz primeiro consigo mesmo, para se fazer con'sorte confortavelmente feliz com o outro 'consorte'!... Na teoria dos conflitos romanescos mutatis mutandis de adesão do "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" a comunhão felicidade universal 'agulha no palheiro' é mais chama 'fogo de palha' "ai esperança traiçoeira serei teu a vida inteira" que com o tempo se apaga quando não... apenas só mais um 'arrebenta a boca do balão' do "infelizmente nem tudo é como a gente quer", bem diferente dos casos sem 'outros'sim' irracionados... O 'casar com pensar' em 'sinonímia' não como "rios sem discurso" numa correnteza de palavras desarticuladas sem 'função fática', mas como um barco sobre "as águas de um rio não combate as pedras", rochas e icebergs, ao contrário, os contorna para não afundar pelo excesso de "antonímias". - Velas ao vento!... Casar para 'compensar' apenas con'sentimento de aventura é fácil, difícil é o "bem que não dure e mal que nunca acaba" por "casar sem pensar". Agnes Marta Pimentel Altmann Bel.Direito & Mestrado Relações Internacionais 26/03/2003 |