O Síndico e o sindicalismo

 

Agnes Marta Pimentel Altmann

Se pelos males sociais o "perder a capacidade de ficar  chocado..." pode ser uma somatização sintomática, o fingir ter capacidade  de tolerância ... não é um desenvolvimento positivo para uma sociedade", de acordo com Michael Medved. Por contingência da evolução tecnológica o homem moderno para viver "tem" mesmo que "interagir" com incessantes "ondas" ou formas de comportamentos legitimados como "escolhas de estilo de vida pessoal" ou exibições comuns de hostilidade nem mais percebidas "a olho nu" e desclassificadas como violências força do hábito da acomodação aos casos explícitos mais graves de convícios, insensibilidades, brutalidades, degradações, assassinatos, misérias, epidemias, acidentes, roubos, assaltos, apunhaladas do Fisco,  fuzilamentos, estupros, e outros contumélios "etc." anti-sociais. É o caso, por exemplo, do irrenunciável direito à privacidade (art. 12 da DUDH e incisos X e XII do art. 5º da CF), cada vez mais inalcançável com os aviltantes ataques e intromissões arbitrárias permanentes à vida privada.

Atualmente, em nome e a pretexto do combate ao terrorismo do "quem não deve não teme", o cidadão comum fica totalmente exposto à afrontosa invasão de sua privacidade, em mãos de inescrupulosos que fazem da intimidade moeda de troca , barganha e chantagem como mais uma mercadoria mais valia de lucro imediato, com a quebra dos valores da pessoa humana no seu trabalho, domicílio, vida privada, família, correspondência, comunicações, transmissão de seus dados pessoais, imagem, honra, reputação, preferências, etc. Se se fala ao telefone qualquer um pode mesmo grampear nossa linha... gravar nossa voz e com ela montar discursos. Se se viaja pelo mundo, nossos passos são rastreados com nossas caras comparadas e objetos vasculhados como se  todos bandidos e bandidas fôssemos, tentando, como ex-detento em liberdade condicional vigiada, disfarçar pela fiança da roupa, do sotaque  e tantos outros artifícios o "quem vê cara não vê coração" das  intencionais tragédias da razão disseminadas nos pseudos modismos da aparência visual para confundir - a não se poder mais distinguir mesmo quem é quem esteriotipatizado pelo submundo da marginalização tribal criptografada. Se se possui uma conta bancária ou cartão de crédito é permitir que os bancos centrais oficiais e terceiros clandestinos saibam de todos os seus dados, hábitos de consumo, transações financeiras, etc. Nos intramuros das empresas ou órgãos, o simples fato de se encontrar no ambiente de trabalho ou residir em condomínios fechados ou não, tem-se os direitos pessoais despidos inconstitucionalmente, mesmo à revelia de ser ou não ser agente a serviço da dignidade e da cidadania, tanto pessoal como coletiva. Não apenas nossos hábitos estão sob suspeita, também nossos sonhos, pensamentos e palavras não constituem mais da alçada e monitoramentos da onisciência e onipresença do Deus tá vendo mas do que já dizia Carlos Drummond de Andrade, "Diabo espreita com olho torto (...) tem luneta ... e ... ouvido fino que nem violino", detetive gentarada especialista em provocar estropícios do Transtorno do Pânico com escutas e perseguições frias em nome da inteligência segurança artificial estatal, até a exorbitar com a distorção dos impostos.

A  censura vem sob taxas como a limitar a manifestação do pensamento e das comunicações, com os impulsos fantasmas cobrados via conta telefônica... Cofre de segredos entre Deus e o Homem impossível, muito menos exorcismos - "coisa"... de adeptos do maniqueísmo "vade retro, Satanás"!... O pirata ausculta até o que não escuta pelos auscultoscópios e antenas parabólicas, a fazer montagens do que é "falado no armário", no consultório do ginecologista, do cirurgião plástico, do analista, nos demais centros de diagnósticos com munição parafernália "multimídia" de penetrômetros médicos não identificados do corpo humano, inclusive de detalhes "matéria" orgânica laboratorial lançada na expedição sanitária - de "interesse" delével que nem repórter de jornal-vítima contumaz detecta junto ao vulgo arauto Big brother das câmeras globais, espalhadas pelas ruas, caixas eletrônicos, shoppings centers, edifícios, elevadores, ônibus televisíveis, celulares, etc., no mundo inteiro!...

Monitora-se, hoje, pensamento que até Deus duvida - "tudo" menos o que, de fato e de direito importa realmente para assegurar o direito do simples mortal ao êxul sossego e à dignidade, não  ao preço da perda total da própria liberdade do viver íntimo e do ser invadido e assediado sonora, sexual, comercial, moral, telepaticamente pela submissão à ditadura terrorista da publicidade e do terrorismo pop alternativo clandestino consabido pelos "agentes secretos oficiais" da inteligência segurança artificial condomínio conivência comunista pró-malfeitores do capitalismo anônimo troglodita não dedetizado pelas autoridades zé-lá-dores "só sei que nada não sei e tenho raiva de quem sabe" da "confraria" dos "quem não é visto não é lembrado", associados ao partido dos tais individualismos-cacarecos-seu mundinho-seu vizinho sem censura, acintosos condôminos réu confesso-"não é da conta" e, "faça de conta" ? repouso depende até do alvará de licença-"durma com um barulho desses", debaixo de sapatadas, de um tal socar "SA" no pilão, na sexta-feira, para casar ou despejar algum inquilino cracker-hacker dos  spywares-freewares-sharewares-softwares-spamming-web bugs- cookies-web masters da privacidade transformada em commodity, com isenção de tributos pela morosidade da labirintagem espasmódica de tais coercitivos e desleais arrepios legais, não ressarcidos material nem moralmente, a menos que encomende logo "chuva de canivetes", "água com açúcar" ou ovo atirado na janela aos andar abaixo até pelos "devo não nego e não pago nem quando puder" - em quaisquer contingente responsabilidade objetiva dos "condominadores" nunca identificados por danos causados ? art. 1.529 do Código Civil antigo -, perpetrados a terceiros...

Nos condomínios como nos computadores, o arroubamento do direito à privacidade, mormente pelo agnosticismo "já que Deus não existe, tudo é monitorado" porém, na disputa pelos que tudo podem manipular, sob a total garantia do anonimato, de preferência resguardado pela cumplicidade solidária dos encobertos malfeitores e, até prova em contrário, ninguém é responsável!... Apenas os sherifes,  titulares das unidades não identificadas - já nos conjecturáveis lançamentos orbitais - de "onde" poderia ter caído ou saído objeto-fantasma, seguem como autores do "não crime", a esconderem seus rastros e encenarem outra coisa que não aquilo que de fato se dão o direito de fazer, ao revés da "vítima prazerosa" dos engodos do "é mesmo" a maior "culposa" por "deixar-se" vitimar pelos agentes invisíveis da tortura em "prisão" mobiliada-confinamento-disfarce além confins domiciliar do atropelo conservadorista da "ordem vigente"!... Pasmem, ainda não!... Moral da estória: segundo Flávio Kothe, "a consciência burguesa...", sem "...reexaminar os critérios sob os quais algo é considerado delituoso...", arroga que "...ricos e pessoas gradas..." é que impunemente "...podem ser criminosos", - e com direito à cobertura do seguro total de sua privacidade, em detrimento do "teto de vidro" dos suspeitosos "causídicos" cidadãos em geral !...

 Agnes Marta Pimentel Altmann

Direito e Mestrado em Relações Internacionais