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150 vezes o mesmo personagem
Mauro
Wrona interpreta a ópera “A
Flauta Mágica” pela 150ª vez
O
número impressiona, principalmente por se tratar de um cantor
brasileiro, ou seja, de um país onde as montagens de óperas são
poucas e as possibilidades de um tenor viver dezenas de vezes o mesmo
personagem são praticamente nulas. “Só consegui completar esse
sesquicentenário do personagem Monostatos porque vivi e trabalhei
muitos anos na Europa, onde a carreira de uma montagem é quase sempre
longa”, ressalta. Detalhe: esta é a primeira vez que ele interpreta o
personagem no Brasil. “Desse modo, apesar das 150 vezes, viver
Monostatos em Belém é também uma espécie de estréia”, brinca ele.
Mauro tem um currículo invejável: fala sete línguas, já
cantou nos mais prestigiosos teatros do mundo, morou 20 anos na Europa,
dos quais 7 fazendo turnês com uma companhia de óperas. O tenor tem 30
anos de carreira e já participou de 40 títulos diferentes de ópera.
Sua paixão pela ópera começou na infância, incentivada por um
tio tenor e pelo pai, ávido apreciador deste tipo de espetáculo. Mauro
não se esquece da primeira ópera que assistiu, “La Traviatta”, de
Verdi. “Eu fiquei muito emocionado e fascinado. Foi amor à primeira
vista”, lembra o tenor.
Aos
20 anos, Mauro foi à Europa, para entrar de vez no mundo da ópera.
Morou na Espanha, Itália, Alemanha, Bélgica e Suíça. “Conheci
muitas pessoas interessantes e cantei com muitos solistas famosos e para
muitos maestros lendários. Foi realmente uma experiência inesquecível”. Na
Bélgica, Mauro foi artista residente do Theatre Royal de la Monnaie, de
Bruxelas. Para ele, esta foi a época mais enriquecedora de sua
carreira. “Tive contato com os autores alemães como Mozart e Wagner e
deixei um pouco a ópera italiana de lado”, contou. Depois
de 20 anos na Europa, Mauro foi estudar regência nos Estados Unidos,
mas não concluiu o curso e voltou ao Brasil. Mauro foi assessor artístico
do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e hoje é colaborador da empresa
São Paulo ImagemData, produtora do Festival de Ópera do Theatro da Paz
2003, que termina na próxima quinta-feira, 4, com um concerto ao ar
livre. O tenor tem dois CD’s lançados, um cantado em yidish –
dialeto judaico –, e outro de música barroca, gravado com o grupo Cármina. Hoje, Mauro voltou a estudar regência e está cada vez mais apaixonado pela música. “A música é algo mágico que mexe comigo desde pequeno. Agora que estou estudando regência, fico pensando na magia da música sobre mim”, comenta. O tenor quer reger óperas quando se formar e pretende montar uma companhia itinerante de óperas como aquela que integrou na Europa.
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