Mensagem da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) no Boletim Eletrônico em Defesa da Profissão - nº 31 - 05/01/2004

       
   
CAMPANHA EM DEFESA DA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE JORNALISTA
Boletim Eletrônico nº 31 - 05 de janeiro de 2004
   
   
 
Leia nesta edição:
- Jornalistas devem pressionar para criação do Conselho Federal
- Atividades em defesa da formação vão marcar retorno às aulas nos Cursos de Jornalismo de todo o país
- Escola do Jornalista da Fenaj atualiza cadastro de professores e profissionais
- MEGAFONE

 
   
   

Jornalistas devem pressionar para criação do Conselho Federal

 

A FENAJ solicita a todos os sindicatos e jornalistas do país que enviem correspondências ao Ministro do Trabalho, Jaques Wagner, e sua Secretária Executiva, Eva Schiavon, para que chancelem o pedido de criação do Conselho Federal de Jornalismo e o enviem imediatamente ao Ministério do Planejamento. As correspondências devem ser enviadas em papel timbrado da entidade, com cópia por e-mail.
Em 2003 foram realizadas mais de 20 reuniões sobre o tema, só no Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Vários textos jurídicos, fundamentando nossa posição, foram entregues às assessorias técnicas do MTE, para encurtar os prazos e garantir nosso ponto de vista no processo.
As correspondências, polidas e educadas, porém firmes, devem ser encaminhadas, URGENTE, por correio (SEDEX) e por e-mail para:

 

Exmo. Senhor
Jaques Wagner
Ministro de Estado
Ministério do Trabalho e Emprego
Esplanada dos Ministérios - Bloco F - 5º andar
70059-900 Brasília - DF
e.mail: ministro@mte.gov.br

 

Ilma. Sra.
Eva Maria Chiavon
Secretária-Executiva
Ministério do Trabalho e Emprego
Esplanada dos Ministérios - Bloco F - 4º andar - sala 400
70059-900 Brasília - DF
e.mail: graca.goncalves@mte.gov.br

 

Cópia do e-mail deve ser encaminhada também para assessora especial de comunicação, jornalista Sônia Carneiro - carneiro.sonia@mte.gov.br

 

 

Atividades em defesa da formação vão marcar retorno às aulas nos Cursos de Jornalismo de todo o país

 

A coordenação nacional da Campanha em Defesa da Regulamentação da Profissão de Jornalista decidiu, em reunião realizada no final de 2003, convocar a organização de atividades conjuntas dos Sindicatos e Cursos de Jornalismo no início do calendário escolar de 2004. Todos os Sindicatos devem entrar em contato com as faculdades e propor a realização de algum ato em busca de maior engajamento dos estudantes e professores na campanha pela obrigatoriedade da formação superior para jornalista. A programação de cada estado deve ser amplamente divulgada e também enviada para a publicação no Boletim Eletrônico da Campanha.

 

 

Escola do Jornalista da Fenaj atualiza cadastro de professores e profissionais

 

O Departamento de Educação da Fenaj está renovando o cadastro de professores e profissionais para atuarem na Escola do Jornalista, o Programa de Atualização Profissional desenvolvido pela Federação. Através deste cadastro, a Escola convida professores e profissionais para ministrarem oficinas e cursos, proferir palestras, etc. promovidos pela Fenaj. Ou, então, sugere às faculdades, sindicatos e outras entidades que buscam, junto ao Departamento de Educação, sugestões de nomes de convidados para este tipo de atividade na área do jornalismo. Os interessados em se cadastrar devem preencher a ficha abaixo e enviar para fenaj@fenaj.org.br . No assunto, colocar "cadastro Escola Jornalista/nome". Mesmo os já cadastrados anteriormente precisam preencher esta nova ficha. O Departamento de Educação alerta que só serão cadastrados os e-mails enviados para o endereço fenaj@fenaj.org.br , com a indicação do assunto.

 

Cadastro de Professor
Escola do Jornalista (Programa de Atualização Profissional)
Fenaj - Federação Nacional do Jornalista

Nome:
RG:
CPF:
Cidade/Estado:
Instituição/Universidade e/ou Empresa onde trabalha:
Formação (graduação e pós-graduação):
Áreas preferenciais (nas quais pode ministrar cursos, seminários, oficinas e proferir palestras, conferências, etc.):
Endereço:
Telefones:
E-mail:
Filiado ao Sindicato dos Jornalistas de:
Currículo breve (aproximadamente 15 linhas):

 

 

 

Nota - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Regulamentação Profissional

 

Em decisão tomada no dia 2 de dezembro deste ano, o juiz federal convocado Manoel Álvarez, do Tribunal Regional Federal de São Paulo, decidiu restabelecer a sentença da juíza Carla Rister, que instituiu o "Jornalista Precário". O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, por meio de seu presidente, Fred Ghedini, ao tomar conhecimento da decisão hoje (11), lembra aos jornalistas de São Paulo e a todos os interessados que esta não é a primeira vez que uma decisão do Tribunal ataca os jornalistas brasileiros. Mas, afirma que este é apenas um novo momento numa luta histórica pela regulamentação da nossa profissão.
Assinala que, embora haja sindicatos patronais como o de Rádio e TV do Estado de São Paulo favoráveis à precarização da profissão e à vitória da ignorância sobre o conhecimento, há outros que têm posição diferente. Ele refere-se, particularmente, ao Sindicato dos Proprietários de Jornais e Revistas do Estado de São Paulo (Interior), com o qual o Sindicato acaba de assinar uma Convenção Coletiva, determinando que só serão contratados pelos jornais e pelas revistas do Interior profissionais devidamente habilitados, portadores do seu registro definitivo. Ou seja, nossa luta é pela melhoria da regulamentação profissional, como garantia mínima da qualidade da informação jornalística para a população. Aos portadores dos registros precários, existentes no mercado, o Sindicato reafirma que continuará não os reconhecendo como profissionais. E sugere a essas pessoas que querem um dia ser jornalistas que vão para a escola. Afinal, estudar não arranca pedaço de ninguém e não há nada na lei que proíba que as pessoas estudem para exercer uma profissão.
O Sindicato, junto com a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), está estudando a nova situação com a assessoria jurídica do advogado João Roberto Piza Pontes para decidir sobre os próximos passos. De qualquer forma, é certo que a Campanha Nacional em Defesa da Regulamentação Profissional dos Jornalistas ganha novo desafio a partir deste momento.

 

São Paulo 11 de dezembro de 2003.

Diretoria Executiva

 

 


 

Nota da ABI sobre a exigibilidade do Diploma de Jornalista

ABI - 12/12/2003

 

A Associação Brasileira de Imprensa vem, por esta Nota Oficial, ratificar sua posição rigorosa com relação à necessidade de diploma para o exercício da profissão de Jornalista.

O respeito às determinações da Legislação, em especial ao Decreto 83.284, de 13 de março de 1979, é fundamental para uma Imprensa livre e comprometida com as grandes causas nacionais.

Mais uma vez, a Associação Brasileira de Imprensa reafirma seu compromisso com o espírito da lei que, em seu artigo 4º, prevê a necessidade de registro prévio em órgão oficial com a juntada de documentação, que inclui "diploma de curso de nível superior de Jornalismo ou de Comunicação Social".

É este espírito que tem que ser preservado, com o fim de engrandecer nossa profissão, cujo comportamento histórico tem engrandecido a cultura nacional.

Desta forma repudiamos qualquer tentativa de burlar ou interpretar a lei de modo a tornar desnecessária a exigência do diploma superior, emitido por universidade assim reconhecida pelos órgãos governamentais para o exercício do Jornalismo.

Fonte: http://www.abi.org.br/primeirapagina.asp?id=237

 

 


 

Sou estudante do sétimo período de jornalismo e presidente do Diretório Acadêmico de Jornalismo da Fagoc (Ubá/MG). Gostaria de manifestar-me através deste artigo. Gostaria muito que fosse publicado nos boletins da Fenaj

 

O quarto poder está "desgovernado"

Martim Barbosa

 

Mais uma vez, o quarto poder, a imprensa, está desgovernado. No último dia dois de dezembro, o juiz Manoel Álvares, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3-SP), restabeleceu a decisão judicial que anulou a obrigatoriedade de diploma para o exercício da profissão de jornalista. Álvares manteve a sentença da juíza Carla Abrantkoski Rister, da 16ª Vara Cível, que havia sido suspensa em 23 de julho, pela desembargadora federal Alda Basto.
Esta é uma discussão que envolve vários anos e milhares pessoas em todo o país. De acordo com esta decisão do meritíssimo juiz de Direito, qualquer pessoa, de caráter ou não, de ideais ou não, com princípios ou não, pode ser um jornalista.
Devido a este fato, as delegacias regionais do trabalho ficam obrigadas a emitir o registro profissional mesmo para pessoas que não tenham o diploma. Com isto, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) fica, então, obrigada a emitir a Carteira Nacional de Jornalista, sem qualquer restrição aos beneficiados pela sentença, sob pena de multa caso não o faça.
É fundamental explicar que, em Ubá, existe uma faculdade de jornalismo que está formando sua primeira turma. Questionemos então: qual a perspectiva que estes novos jornalistas e as próximas turmas de formandos terão em relação ao futuro, uma vez que qualquer pessoa poderá exercer esta profissão?
Os estudantes de jornalismo aprendem mais que o ofício da profissão. Aprendemos a ser comunicadores, a ter compromisso com a verdade, a ser imparciais... Sabemos que esta suspensão da exigência do diploma de jornalismo ainda é provisória, e que o caso pode chegar ao Supremo Tribunal Federal. Entretanto, enquanto isto não acontece, a população fica à mercê de informações tendenciosas, sem qualquer poder de informação. Como aceitar que este tipo de decisão possa ser acatada?
Imprensa é uma coisa séria. Se os advogados estudam direito, os médicos estudam medicina e os economistas estudam economia, qual o "problema" dos jornalistas serem obrigados a passar por um banco de faculdade para aprender as técnicas específicas para o exercício da profissão?
Estão brincando com a opinião pública. A cassação do diploma de jornalismo é um desrespeito à população, que tem direito à informação de qualidade, séria e imparcial. A Fenaj continuará lutando por nossa classe.
O poder Judiciário precisa de uma reforma. Os escândalos que envolvem esta classe são notícia em todos os noticiários. Será que é este o motivo de uma decisão como esta? Não sei. Gostaria que pudessem me responder. Cassar o diploma de jornalismo é brincar com a opinião pública. Obrigar um órgão sério como a Fenaj a emitir a Carteira Nacional de Jornalista a qualquer pessoa, sem restrição, é algo sem comentários.
Enquanto isto, quem ganha são os donos de órgãos de comunicação que contratam pessoas não especializadas e sem o conhecimento pelo baixo custo. Quem perde? A população, pois informação de baixa qualidade, não é informação. E sim um desrespeito. O quarto poder está desgovernado, salve-se quem puder...


 


 

Olá pessoal da Fenaj!

Quero aqui me solidarizar com vocês e com os milhões de jornalistas formados por todo este Brasil com a decisão arbitrária, de segundas intenções e intransigente desse juiz paulista. Sou estudante de jornalismo e me coloco à disposição da Fenaj para mais uma vez ir à luta em prol da moralidade e do respeito ao jornalismo brasileiro. Acho que esse pessoal que vem agindo com o objetivo de atender a determinados interesses até então obscuros, já está chegando longe demais. Precisamos, de uma vez por todas, dar um basta nesta pouca vergonha da justiça brasileira. Aliás, é por esse e outros motivos que a nossa justiça anda tão desacreditada. É preciso, urgente, a criação do Conselho Federal de Jornalismo. Só assim teremos como nos proteger e defender a nossa categoria.

 

Ass: Paulo Sousa de Aracaju -SE
E-mail: paulosousajornalista@bol.com.br
Tel: 079 - 9979-8471


 


 

Impossível calar!
O juiz federal Manoel Álvares, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo), decidiu que não é preciso ter diploma para ser Jornalista, confirmando um entendimento anterior, da juíza Carla Rister, da 16ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo.
Eu tentei não me indignar, mas não consegui calar. Aliás, a indignação é própria daqueles que escolheram esta profissão.
Eu escolhi ser Jornalista e estudei - cursei uma faculdade. Portanto sou Jornalista por convicção, vocação, paixão e por formação acadêmica.
Eu fico extremamente revoltada (mesmo), que de repente uma decisão judicial diga, nas entrelinhas, que de nada adiantou os meus longos anos de estudo, o sacrifício dos meus pais para possibilitar que eu cursasse uma faculdade, o meu próprio sacrifício de trabalhadora/estudante... Eu fico revoltada pelo fato de que, para alguns magistrados, não faça a menor diferença estudar, ter formação ou não.
Parece-me que está havendo uma grande confusão. Ninguém, principalmente nós jornalistas, é contra a liberdade de opinião. O que tem que ficar claro é que liberdade de expressão nada tem a ver com o livre exercício da profissão.
Qualquer cidadão tem o direito de se expressar. Seja nos palanques, nas praças, nos tribunais, inclusive nas páginas dos jornais. Para quem não sabe, todo jornal destina um espaço exclusivo para a veiculação de opiniões e pensamentos individuais ou coletivos. Então, qualquer cidadão pode realizar o desejo de escrever num jornal, sem necessariamente ter estudado para isso, mas só nesse espaço.
Não venham tentar me convencer do contrário, alegando que existem excelentes textos de pessoas que não cursaram jornalismo. Concordo. Então escrevam livros. Cartas. Artigos. Diários.
Também concordo que, na minha profissão, assim como em todas as outras existem maus profissionais. Então, que a seleção seja feita pelo mercado de trabalho.
Alguém já vislumbrou a possibilidade de não ser necessária a formação superior em Ciências Jurídicas, para ingressar na magistratura? Eu conheço vários cidadãos que têm mais senso de justiça do que muitos juízes. No entanto, não têm conhecimento, não dedicaram seus dias ao estudo aprofundado das complexas leis brasileiras, dos Códigos Civil, Penal, Tributário etc.
Eu também fico me perguntando, se os dois juízes que entenderam não ser necessário a obrigatoriedade do diploma para ser Jornalista, levariam seus filhos, pais ou qualquer outra pessoa da sua convivência a um médico que não tenha passado pela universidade...
Eu, que vivo na Amazônia, já ouvi falar de curandeiros e pessoas que tratam doenças com plantas medicinais e ervas. Mas não se intitulam médicos e se o fizerem, certamente serão processados pelos Conselhos de Medicina e até criminalmente.
É verdade que os médicos cuidam da vida das pessoas. E os jornalistas, não? O que é que nós fazemos todos os dias, senão colher dados, os mais variados, apurar, pesquisar, buscar coisas novas, denunciar, defender direitos, questionar, correr riscos? Tudo isso com o objetivo de levar ao cidadão, informações essenciais para o dia-a-dia, nas áreas da saúde, política, educação, segurança, economia, trânsito... Nós também cuidamos da vida das pessoas. E quando não temos formação para compreendermos os fatos, informamos mal e prestamos um desserviço à população.
Penso, por fim, que não devemos deixar de lutar para garantir o reconhecimento dos nossos esforços e o respeito pela profissão que escolhemos e estudamos para exercer.

 

Ana Marques - Jornalista - amarques@tre-rr.gov.br
DRT nº 142/RR

 

 


 

Olá! Sou jornalista formada e diplomada desde o ano passado e estou indignada com a decisão do juiz do TRF.
Tenho um blog experimental de jornalismo e preciso saber se posso colocar a notícia assinada pela Federação Nacional dos Jornalistas lá, pois é de extrema importância que todos, inclusive aqueles que não são da classe, saibam.
Preciso da autorização de vocês por escrito para que eu possa divulgar esta notícia.
 

Agradeço e aguardo.
Atenciosamente.
Graziella Vivas Pignataro - gvpjornalista@ig.com.br
Rio de Janeiro
Tel.: 21 9208-4642


 


 

O que a sociedade precisa saber
16/12/2003
Vai começar tudo de novo. Jornalistas conscientes da importância da regulamentação profissional voltam a protestar, em nome da responsabilidade social do jornalismo, dos direitos do público de ser bem informado etc. Outros, jornalistas ou não, que acreditam nas virtudes de um mercado onipotente, retomam ataques ao corporativismo, porque nocivo ao interesse público etc.
Mas o público, que tem passado ao largo da questão, vai continuar ausente dela?
Não se trata de defender uma lei gestada na ditadura; nem o diploma como garantia de qualidade profissional. Nem o diploma garante competência ou ética, nem o regime sob o qual se produziu tal lei a contamina. Mas o público precisa saber mais do que se tem dito.
Parece não ter limites a presunção, a audácia, a arrogância, a prepotência de certos membros do Judiciário e do Ministério Público que se pretendem donos da lei, não apenas seus intérpretes. O que, diga-se, é circunstancial, como são suas togas e o que elas permitem esconder.
Está claro que os itens constitucionais alegados por aquela juíza (liberdade de expressão etc) não se aplicam ao caso. É nítido que o direito que aquele juiz quer proteger (o de jornalistas sem registro, porque sem diploma) é espúrio. A decisão de uma desembargadora é afrontada sem novos fatos ou argumentos - quaisquer - que o justifiquem. O que falta, então?
Falta sabermos afinal quem paga a conta.
Artigos de luxo.
Ainda que fôssemos 177 milhões de imbecis, alguém negaria que conhece pelo menos uma história de compra e venda de sentenças, pareceres, esses artigos de luxo de que as vestais do Judiciário detêm o monopólio inquebrável? Contas a receber.
Será que somos 177 milhões de idiotas a sustentar uma estrutura gigantesca, caríssima e pouco eficiente, crentes de que a democracia funciona melhor só porque tal estrutura existe? Contas a pagar.
Até quando seremos 177 milhões de alienados a assistir passivamente o desabamento da justiça sobre nossas próprias cabeças, sem sequer saber quem custeia a demolição? Contas em aberto...
Não vamos falar das prerrogativas dos magistrados que sequer podem ser criticadas porque incrustadas na Constituição - a mesma atropelada por esses personagens trêfegos quando humilham jornalistas cumpridores da lei e obrigam o governo a descumprir leis maiores para satisfazer seus egos mesquinhos.
Também não vamos mencionar os casos sempre atuais de envolvimento com o crime, que usualmente terminam em gordas aposentadorias. Não é o que está em jogo, embora certos fatos - e os jornalistas que os cobrem - possam incomodar a inocentes e culpados no fórum.
Vamos relativizar - são só uma ou duas laranjas podres. Mas não esqueçamos que as laranjas ruins estragam as boas. Talvez por isso a justiça seja lenta e falha, principalmente para os mais fracos, apesar de haver juízes decentes, atentos ao rigor da lei e sensíveis às situações em que a realidade impõe decisões de consciência.
O que está em jogo, então? Quem lucra com a desregulamentação da profissão? Quem investe no vaivém das decisões precárias, e por quê? O quê move os bastidores do teatro de bonecos montado no TRF e do MPF?
Quem paga a conta: desconfiamos, mas ainda não sabemos. Vamos perguntar a quem sabe.
 

Angelo de Souza, Jornalista diplomado, registro MTb 141 71 2v MS, Rio de Janeiro/RJ - Observatório da Imprensa (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/da161220032.htm)


 

 


Carta entregue aos formandos da primeira turma de Jornalismo da PUC Minas Arcos, Unidade da PUC Minas, em Arcos

 

 

Arcos, 18 de dezembro de 2003.

Prezado aluno,

Era minha intenção fazer um encontro com todos os seus colegas de turma para conversarmos, de maneira franca e amiga, sobre o processo de formação e o futuro profissional de vocês.
Como este encontro não se efetivou e o protocolo do cerimonial de formatura não prevê a palavra do Coordenador de Curso e, considero necessário respeitar as regras protocolares estabelecidas pela Universidade, optei por lhe escrever esta carta. Aliás, escrever cartas é prática salutar, antiga e autêntica de comunicação que está voltando à moda nos dias atuais, conforme revela de maneira muito bonita o filme Central do Brasil de Walter Salles.
Meu desejo é simples. Dirigir-lhe algumas palavras que, caso as aceite de coração aberto, sirvam-lhe de sol na longa, difícil e promissora jornada que certamente o espera.
Gostaria de lhe dizer que, a partir de agora, você está inaugurando uma nova fase em sua existência, seja como ser humano seja como cidadão e profissional comprometido com a justiça, a verdade dos fatos e com a defesa intransigente dos interesses da sociedade brasileira. Esta nova forma de inserção no mundo lhe oferece possibilidades igualmente novas e motivadoras, mas, em contrapartida, exige de sua parte disposição de se integrar a um movimento mais livre e responsável diante de si mesmo, diante do mundo, diante de outros seres humanos. Este é um processo inesgotável de reinvenção da vida, por meio de um movimento essencial de humanização e conquista da liberdade responsável. É como muito bem ensina o consagrado educador e pedagogo, Paulo Freire, com sua sempre concreta e comprometida lucidez quando diz: "...esse movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a palavra dita flui do mundo mesmo através da leitura que dele fazemos. De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo mas por uma certa forma de escrevê-lo, ou de reescrevê-lo, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente." E não deveria ser esta a prática cotidiana do profissional de comunicação social, mais especificamente do jornalista? Profissão em cujo exercício deve prevalecer o coleguismo, o espírito de equipe e a disponibilidade permanente do corpo e da alma frente ao real , próprio de quem deve viver o risco da vida no olho do furacão?
O prof. Francisco Karam, também alerta sobre a necessidade constante dos jornalistas manterem um distanciamento e uma reflexão crítica sobre o mundo e de se atualizarem diante das exigências do mercado de trabalho e das novos tecnologias. Na opinião do prof. Karam, o exercício da comunicação é atividade complexa e essencial e, por isso, exige uma formação igualmente complexa e continuada. Uma formação que, além do conhecimento técnico-científico, crítico e reflexivo, permita ao profissional, ao longo de sua vida, cultivar valores essenciais fundados nos princípios humanistas, éticos, estéticos e político-culturais. Jornalistas que, antes de tudo, sejam cidadãos, críticos e socialmente comprometidos com a transformação do mundo. Jornalistas conscientes, humildes e solidários com seus companheiros, na defesa das conquistas e direitos da categoria. Jornalistas empenhados na busca cotidiana da qualidade das notícias e na luta pela democratização das informações.
Foram idéias e princípios desta natureza que nortearam a criação e o desenvolvimento do curso que você escolheu e ajudou a construir, incluindo as possibilidades e as dificuldades reais de projetos pioneiros como este.
Agradeço-lhe, de coração, pela estreita e rica convivência e pela sua participação durante os anos de sua formação, que muito contribuíram para o desenvolvimento do curso e o crescimento pessoal e profissional de toda a comunidade acadêmica.
Siga em frente, de cabeça erguida, e escreva/reescreva a mais bela notícia de sua vida, sobre a vida dos homens e do mundo.


Do sempre amigo,
Prof. João Evangelista Rodrigues
Coordenador do Curso de Jornalismo da PUC Minas Arcos

 

 


 

Prezados Colegas,

É um absurdo e uma palhaçada tudo isso que vem acontecendo em relação à nossa profissão. É um desrespeito conosco, que enfrentamos uma faculdade, nos esforçando para passar pelas disciplinas, sem falar nos apertos para pagar a mensalidade. E agora aparecem juízes insensatos, que criam liminares quebrando a obrigatoriedade do diploma. Jornalismo não é só pegar caneta e papel e escrever. Onde ficam as técnicas, a estruturação para produção; edição... E a ética? Até agora não entendo em que argumentos se baseiam. Estudamos para desenvolver uma profissão de forma digna e exigimos nossos direitos.

Sendo assim, poderíamos comprar livros de Direito, decorar as leis e sair por aí advogando. Que país é este? Precisamos unir nossas forças e exigir providências.

 

Jarliana Rodrigues - jarliana@hotlink.com.br
jornalista - Recife-PE

 

 


Venho por meio deste declarar apoio, incondicional, à postura da Federação perante a decisão da Justiça brasileira com a categoria.
Estou à disposição para qualquer intervenção e auxílio.
 

 

Graziela Moura, Jornalista diplomada - MTb/MS nº 184 - grazimoura@bol.com.br
Dourados - Mato Grosso do Sul.

 

 


 

Caros colegas,
Sou estudante de jornalismo e fico indignado com a decisão do Juiz Manoel Álvares. Se com diploma tem muitos "profissionais" faltando com a verdade e fazendo um jornalismo medíocre, imaginem sem...O pior que foi em terceira estância.
É uma vergonha para nosso país, esse "Juiz" deveria ter o mínimo de respeito para com o que o jornalismo fez por nossa pátria, pelo soldado que foi contra o regime militar, por tudo que contribuiu.
Agora vai ser muito mais lucrativo para uma empresa contratar qualquer um e pagar um salário "merreca", do que contratar um profissional qualificado, que fez um baita investimento na sua carreira.
Isso não pode ficar assim! Vamos organizar protestos, vamos recorrer ao que for! Somos o "quarto poder", ou não? Contem comigo! Não sou um comunistinha ou um "punkizinho" querendo "auê", quero justiça - palavra esquecida nessa terra.
 

Atenciosamente
Mario Rafael Palhares Concha - marito13_7@hotmail.com

 

 

 


 

Senhor editor,gostaria de divulgar no Boletim Eletrônico da FENAJ a nota abaixo, se possível. Considero uma vitória da categoria dos jornalistas profissionais e dos empresários da comunicação no Rio Grande do Norte e que deveria ser divulgada.
Cordialmente,
Nicolau Frederico de Souza -
nicolaufrederico@uol.com.br
Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte (SINDJORN)

 

A convenção de trabalho assinada recentemente entre os sindicatos dos jornalistas e dos empresários da comunicação no estado do Rio Grande do Norte para o período de 2003/2004 inclui entre as cláusulas homologadas pela Delegacia Regional do Trabalho a realização de uma campanha pela ética profissional nas redações dos veículos de comunicação e a implantação do plano de cargos e salários dos profissionais da imprensa - jornalistas e repórteres fotográficos e cinematográficos - , além do aumento de 8% por cento no piso inicial da categoria, que passa a ser de Nível I - R$ 600,79, Nível II - R$ 636,63 e Nível III - R$ 777,45.
Com a responsabilidade de estar representando toda uma categoria, a diretoria do Sindjorn usou de todas as argumentações possíveis para elevar o índice de reajuste e não abdicou de garantir novas conquistas. O Sindjorn conseguiu incluir no acordo uma cláusula onde os empresários se comprometem a apoiar a entidade numa ampla campanha pela ética no jornalismo e a iniciar o estudo do Plano de Cargos e Salários nas Empresas, a partir de janeiro. Quanto ao item "Ética no Jornalismo", a primeira reunião com as diversas empresas de Comunicação deverá ocorrer ainda este ano para traçar a linha da campanha e definir as estratégias de atuação para esclarecer a categoria, empresários dos diversos segmentos da economia potiguar, entidades e sociedade a respeito do Código de Ética dos Jornalistas. Além das duas conquistas já citadas e da manutenção da Convenção 2002-2003, foi alcançado um índice dois pontos percentuais acima do negociado em 2002.
O sindicato potiguar completa em junho de 2004 seus vinte e cinco anos de fundação e a campanha "Ética no Jornalismo" é parte da extensa programação em comemoração à data, que inclui o novo planejamento estratégico que está sendo elaborado pela diretoria colegiada com a definição de ações no campo da gestão administrativa e financeira, cultural e profissional.

   
   
 
Envie informações - texto e fotos - para as próximas edições do Boletim pelo e-mail jornalistas@sjsc.org.br
   

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