Atividades em defesa da formação vão marcar
retorno às aulas nos Cursos de Jornalismo de todo o país
A
coordenação nacional da Campanha em Defesa da Regulamentação da
Profissão de Jornalista decidiu, em reunião realizada no final de 2003,
convocar a organização de atividades conjuntas dos Sindicatos e Cursos
de Jornalismo no início do calendário escolar de 2004. Todos os
Sindicatos devem entrar em contato com as faculdades e propor a
realização de algum ato em busca de maior engajamento dos estudantes e
professores na campanha pela obrigatoriedade da formação superior para
jornalista. A programação de cada estado deve ser amplamente divulgada e
também enviada para a publicação no Boletim Eletrônico da Campanha.
Escola do Jornalista da Fenaj atualiza cadastro
de professores e profissionais
O
Departamento de Educação da Fenaj está renovando o cadastro de
professores e profissionais para atuarem na Escola do Jornalista, o
Programa de Atualização Profissional desenvolvido pela Federação.
Através deste cadastro, a Escola convida professores e profissionais
para ministrarem oficinas e cursos, proferir palestras, etc. promovidos
pela Fenaj. Ou, então, sugere às faculdades, sindicatos e outras
entidades que buscam, junto ao Departamento de Educação, sugestões de
nomes de convidados para este tipo de atividade na área do jornalismo.
Os interessados em se cadastrar devem preencher a ficha abaixo e enviar
para fenaj@fenaj.org.br . No
assunto, colocar "cadastro Escola Jornalista/nome". Mesmo os já
cadastrados anteriormente precisam preencher esta nova ficha. O
Departamento de Educação alerta que só serão cadastrados os e-mails
enviados para o endereço
fenaj@fenaj.org.br , com a indicação do assunto.
Cadastro de Professor
Escola do Jornalista (Programa de Atualização Profissional)
Fenaj - Federação Nacional do Jornalista
Nome:
RG:
CPF:
Cidade/Estado:
Instituição/Universidade e/ou Empresa onde trabalha:
Formação (graduação e pós-graduação):
Áreas preferenciais (nas quais pode ministrar cursos, seminários,
oficinas e proferir palestras, conferências, etc.):
Endereço:
Telefones:
E-mail:
Filiado ao Sindicato dos Jornalistas de:
Currículo breve (aproximadamente 15 linhas):
Nota - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Regulamentação Profissional
Em
decisão tomada no dia 2 de dezembro deste ano, o juiz federal convocado
Manoel Álvarez, do Tribunal Regional Federal de São Paulo, decidiu
restabelecer a sentença da juíza Carla Rister, que instituiu o
"Jornalista Precário". O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no
Estado de São Paulo, por meio de seu presidente, Fred Ghedini, ao tomar
conhecimento da decisão hoje (11), lembra aos jornalistas de São Paulo e
a todos os interessados que esta não é a primeira vez que uma decisão do
Tribunal ataca os jornalistas brasileiros. Mas, afirma que este é apenas
um novo momento numa luta histórica pela regulamentação da nossa
profissão.
Assinala que, embora haja sindicatos patronais como o de Rádio e TV do
Estado de São Paulo favoráveis à precarização da profissão e à vitória
da ignorância sobre o conhecimento, há outros que têm posição diferente.
Ele refere-se, particularmente, ao Sindicato dos Proprietários de
Jornais e Revistas do Estado de São Paulo (Interior), com o qual o
Sindicato acaba de assinar uma Convenção Coletiva, determinando que só
serão contratados pelos jornais e pelas revistas do Interior
profissionais devidamente habilitados, portadores do seu registro
definitivo. Ou seja, nossa luta é pela melhoria da regulamentação
profissional, como garantia mínima da qualidade da informação
jornalística para a população. Aos portadores dos registros precários,
existentes no mercado, o Sindicato reafirma que continuará não os
reconhecendo como profissionais. E sugere a essas pessoas que querem um
dia ser jornalistas que vão para a escola. Afinal, estudar não arranca
pedaço de ninguém e não há nada na lei que proíba que as pessoas estudem
para exercer uma profissão.
O Sindicato, junto com a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ),
está estudando a nova situação com a assessoria jurídica do advogado
João Roberto Piza Pontes para decidir sobre os próximos passos. De
qualquer forma, é certo que a Campanha Nacional em Defesa da
Regulamentação Profissional dos Jornalistas ganha novo desafio a partir
deste momento.
São Paulo 11 de
dezembro de 2003.
Diretoria Executiva
Nota da ABI
sobre a exigibilidade do Diploma de Jornalista
ABI -
12/12/2003
A
Associação Brasileira de Imprensa vem, por esta Nota Oficial, ratificar
sua posição rigorosa com relação à necessidade de diploma para o
exercício da profissão de Jornalista.
O
respeito às determinações da Legislação, em especial ao Decreto 83.284,
de 13 de março de 1979, é fundamental para uma Imprensa livre e
comprometida com as grandes causas nacionais.
Mais
uma vez, a Associação Brasileira de Imprensa reafirma seu compromisso
com o espírito da lei que, em seu artigo 4º, prevê a necessidade de
registro prévio em órgão oficial com a juntada de documentação, que
inclui "diploma de curso de nível superior de Jornalismo ou de
Comunicação Social".
É este
espírito que tem que ser preservado, com o fim de engrandecer nossa
profissão, cujo comportamento histórico tem engrandecido a cultura
nacional.
Desta
forma repudiamos qualquer tentativa de burlar ou interpretar a lei de
modo a tornar desnecessária a exigência do diploma superior, emitido por
universidade assim reconhecida pelos órgãos governamentais para o
exercício do Jornalismo.
Fonte:
http://www.abi.org.br/primeirapagina.asp?id=237
Sou
estudante do sétimo período de jornalismo e presidente do Diretório
Acadêmico de Jornalismo da Fagoc (Ubá/MG). Gostaria de manifestar-me
através deste artigo. Gostaria muito que fosse publicado nos boletins da
Fenaj
O quarto poder
está "desgovernado"
Martim Barbosa
Mais
uma vez, o quarto poder, a imprensa, está desgovernado. No último dia
dois de dezembro, o juiz Manoel Álvares, do Tribunal Regional Federal da
3ª Região (TRF3-SP), restabeleceu a decisão judicial que anulou a
obrigatoriedade de diploma para o exercício da profissão de jornalista.
Álvares manteve a sentença da juíza Carla Abrantkoski Rister, da 16ª
Vara Cível, que havia sido suspensa em 23 de julho, pela desembargadora
federal Alda Basto.
Esta é uma discussão que envolve vários anos e milhares pessoas em todo
o país. De acordo com esta decisão do meritíssimo juiz de Direito,
qualquer pessoa, de caráter ou não, de ideais ou não, com princípios ou
não, pode ser um jornalista.
Devido a este fato, as delegacias regionais do trabalho ficam obrigadas
a emitir o registro profissional mesmo para pessoas que não tenham o
diploma. Com isto, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) fica,
então, obrigada a emitir a Carteira Nacional de Jornalista, sem qualquer
restrição aos beneficiados pela sentença, sob pena de multa caso não o
faça.
É fundamental explicar que, em Ubá, existe uma faculdade de jornalismo
que está formando sua primeira turma. Questionemos então: qual a
perspectiva que estes novos jornalistas e as próximas turmas de
formandos terão em relação ao futuro, uma vez que qualquer pessoa poderá
exercer esta profissão?
Os estudantes de jornalismo aprendem mais que o ofício da profissão.
Aprendemos a ser comunicadores, a ter compromisso com a verdade, a ser
imparciais... Sabemos que esta suspensão da exigência do diploma de
jornalismo ainda é provisória, e que o caso pode chegar ao Supremo
Tribunal Federal. Entretanto, enquanto isto não acontece, a população
fica à mercê de informações tendenciosas, sem qualquer poder de
informação. Como aceitar que este tipo de decisão possa ser acatada?
Imprensa é uma coisa séria. Se os advogados estudam direito, os médicos
estudam medicina e os economistas estudam economia, qual o "problema"
dos jornalistas serem obrigados a passar por um banco de faculdade para
aprender as técnicas específicas para o exercício da profissão?
Estão brincando com a opinião pública. A cassação do diploma de
jornalismo é um desrespeito à população, que tem direito à informação de
qualidade, séria e imparcial. A Fenaj continuará lutando por nossa
classe.
O poder Judiciário precisa de uma reforma. Os escândalos que envolvem
esta classe são notícia em todos os noticiários. Será que é este o
motivo de uma decisão como esta? Não sei. Gostaria que pudessem me
responder. Cassar o diploma de jornalismo é brincar com a opinião
pública. Obrigar um órgão sério como a Fenaj a emitir a Carteira
Nacional de Jornalista a qualquer pessoa, sem restrição, é algo sem
comentários.
Enquanto isto, quem ganha são os donos de órgãos de comunicação que
contratam pessoas não especializadas e sem o conhecimento pelo baixo
custo. Quem perde? A população, pois informação de baixa qualidade, não
é informação. E sim um desrespeito. O quarto poder está desgovernado,
salve-se quem puder...
Olá
pessoal da Fenaj!
Quero
aqui me solidarizar com vocês e com os milhões de jornalistas formados
por todo este Brasil com a decisão arbitrária, de segundas intenções e
intransigente desse juiz paulista. Sou estudante de jornalismo e me
coloco à disposição da Fenaj para mais uma vez ir à luta em prol da
moralidade e do respeito ao jornalismo brasileiro. Acho que esse pessoal
que vem agindo com o objetivo de atender a determinados interesses até
então obscuros, já está chegando longe demais. Precisamos, de uma vez
por todas, dar um basta nesta pouca vergonha da justiça brasileira.
Aliás, é por esse e outros motivos que a nossa justiça anda tão
desacreditada. É preciso, urgente, a criação do Conselho Federal de
Jornalismo. Só assim teremos como nos proteger e defender a nossa
categoria.
Ass: Paulo Sousa de
Aracaju -SE
E-mail:
paulosousajornalista@bol.com.br
Tel: 079 - 9979-8471
Impossível calar!
O juiz federal Manoel Álvares, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região
(São Paulo), decidiu que não é preciso ter diploma para ser Jornalista,
confirmando um entendimento anterior, da juíza Carla Rister, da 16ª Vara
Cível da Justiça Federal de São Paulo.
Eu tentei não me indignar, mas não consegui calar. Aliás, a indignação é
própria daqueles que escolheram esta profissão.
Eu escolhi ser Jornalista e estudei - cursei uma faculdade. Portanto sou
Jornalista por convicção, vocação, paixão e por formação acadêmica.
Eu fico extremamente revoltada (mesmo), que de repente uma decisão
judicial diga, nas entrelinhas, que de nada adiantou os meus longos anos
de estudo, o sacrifício dos meus pais para possibilitar que eu cursasse
uma faculdade, o meu próprio sacrifício de trabalhadora/estudante... Eu
fico revoltada pelo fato de que, para alguns magistrados, não faça a
menor diferença estudar, ter formação ou não.
Parece-me que está havendo uma grande confusão. Ninguém, principalmente
nós jornalistas, é contra a liberdade de opinião. O que tem que ficar
claro é que liberdade de expressão nada tem a ver com o livre exercício
da profissão.
Qualquer cidadão tem o direito de se expressar. Seja nos palanques, nas
praças, nos tribunais, inclusive nas páginas dos jornais. Para quem não
sabe, todo jornal destina um espaço exclusivo para a veiculação de
opiniões e pensamentos individuais ou coletivos. Então, qualquer cidadão
pode realizar o desejo de escrever num jornal, sem necessariamente ter
estudado para isso, mas só nesse espaço.
Não venham tentar me convencer do contrário, alegando que existem
excelentes textos de pessoas que não cursaram jornalismo. Concordo.
Então escrevam livros. Cartas. Artigos. Diários.
Também concordo que, na minha profissão, assim como em todas as outras
existem maus profissionais. Então, que a seleção seja feita pelo mercado
de trabalho.
Alguém já vislumbrou a possibilidade de não ser necessária a formação
superior em Ciências Jurídicas, para ingressar na magistratura? Eu
conheço vários cidadãos que têm mais senso de justiça do que muitos
juízes. No entanto, não têm conhecimento, não dedicaram seus dias ao
estudo aprofundado das complexas leis brasileiras, dos Códigos Civil,
Penal, Tributário etc.
Eu também fico me perguntando, se os dois juízes que entenderam não ser
necessário a obrigatoriedade do diploma para ser Jornalista, levariam
seus filhos, pais ou qualquer outra pessoa da sua convivência a um
médico que não tenha passado pela universidade...
Eu, que vivo na Amazônia, já ouvi falar de curandeiros e pessoas que
tratam doenças com plantas medicinais e ervas. Mas não se intitulam
médicos e se o fizerem, certamente serão processados pelos Conselhos de
Medicina e até criminalmente.
É verdade que os médicos cuidam da vida das pessoas. E os jornalistas,
não? O que é que nós fazemos todos os dias, senão colher dados, os mais
variados, apurar, pesquisar, buscar coisas novas, denunciar, defender
direitos, questionar, correr riscos? Tudo isso com o objetivo de levar
ao cidadão, informações essenciais para o dia-a-dia, nas áreas da saúde,
política, educação, segurança, economia, trânsito... Nós também cuidamos
da vida das pessoas. E quando não temos formação para compreendermos os
fatos, informamos mal e prestamos um desserviço à população.
Penso, por fim, que não devemos deixar de lutar para garantir o
reconhecimento dos nossos esforços e o respeito pela profissão que
escolhemos e estudamos para exercer.
Ana Marques -
Jornalista -
amarques@tre-rr.gov.br
DRT nº 142/RR
Olá!
Sou jornalista formada e diplomada desde o ano passado e estou indignada
com a decisão do juiz do TRF.
Tenho um blog experimental de jornalismo e preciso saber se posso
colocar a notícia assinada pela Federação Nacional dos Jornalistas lá,
pois é de extrema importância que todos, inclusive aqueles que não são
da classe, saibam.
Preciso da autorização de vocês por escrito para que eu possa divulgar
esta notícia.
Agradeço e aguardo.
Atenciosamente.
Graziella Vivas Pignataro -
gvpjornalista@ig.com.br
Rio de Janeiro
Tel.: 21 9208-4642
O que a
sociedade precisa saber
16/12/2003
Vai começar tudo de novo. Jornalistas conscientes da importância da
regulamentação profissional voltam a protestar, em nome da
responsabilidade social do jornalismo, dos direitos do público de ser
bem informado etc. Outros, jornalistas ou não, que acreditam nas
virtudes de um mercado onipotente, retomam ataques ao corporativismo,
porque nocivo ao interesse público etc.
Mas o público, que tem passado ao largo da questão, vai continuar
ausente dela?
Não se trata de defender uma lei gestada na ditadura; nem o diploma como
garantia de qualidade profissional. Nem o diploma garante competência ou
ética, nem o regime sob o qual se produziu tal lei a contamina. Mas o
público precisa saber mais do que se tem dito.
Parece não ter limites a presunção, a audácia, a arrogância, a
prepotência de certos membros do Judiciário e do Ministério Público que
se pretendem donos da lei, não apenas seus intérpretes. O que, diga-se,
é circunstancial, como são suas togas e o que elas permitem esconder.
Está claro que os itens constitucionais alegados por aquela juíza
(liberdade de expressão etc) não se aplicam ao caso. É nítido que o
direito que aquele juiz quer proteger (o de jornalistas sem registro,
porque sem diploma) é espúrio. A decisão de uma desembargadora é
afrontada sem novos fatos ou argumentos - quaisquer - que o justifiquem.
O que falta, então?
Falta sabermos afinal quem paga a conta.
Artigos de luxo.
Ainda que fôssemos 177 milhões de imbecis, alguém negaria que conhece
pelo menos uma história de compra e venda de sentenças, pareceres, esses
artigos de luxo de que as vestais do Judiciário detêm o monopólio
inquebrável? Contas a receber.
Será que somos 177 milhões de idiotas a sustentar uma estrutura
gigantesca, caríssima e pouco eficiente, crentes de que a democracia
funciona melhor só porque tal estrutura existe? Contas a pagar.
Até quando seremos 177 milhões de alienados a assistir passivamente o
desabamento da justiça sobre nossas próprias cabeças, sem sequer saber
quem custeia a demolição? Contas em aberto...
Não vamos falar das prerrogativas dos magistrados que sequer podem ser
criticadas porque incrustadas na Constituição - a mesma atropelada por
esses personagens trêfegos quando humilham jornalistas cumpridores da
lei e obrigam o governo a descumprir leis maiores para satisfazer seus
egos mesquinhos.
Também não vamos mencionar os casos sempre atuais de envolvimento com o
crime, que usualmente terminam em gordas aposentadorias. Não é o que
está em jogo, embora certos fatos - e os jornalistas que os cobrem -
possam incomodar a inocentes e culpados no fórum.
Vamos relativizar - são só uma ou duas laranjas podres. Mas não
esqueçamos que as laranjas ruins estragam as boas. Talvez por isso a
justiça seja lenta e falha, principalmente para os mais fracos, apesar
de haver juízes decentes, atentos ao rigor da lei e sensíveis às
situações em que a realidade impõe decisões de consciência.
O que está em jogo, então? Quem lucra com a desregulamentação da
profissão? Quem investe no vaivém das decisões precárias, e por quê? O
quê move os bastidores do teatro de bonecos montado no TRF e do MPF?
Quem paga a conta: desconfiamos, mas ainda não sabemos. Vamos perguntar
a quem sabe.
Angelo de Souza,
Jornalista diplomado, registro MTb 141 71 2v MS, Rio de Janeiro/RJ -
Observatório da Imprensa (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/da161220032.htm)
Carta entregue aos formandos da primeira turma de Jornalismo da
PUC Minas Arcos, Unidade da PUC Minas, em Arcos
Arcos, 18 de dezembro
de 2003.
Prezado aluno,
Era
minha intenção fazer um encontro com todos os seus colegas de turma para
conversarmos, de maneira franca e amiga, sobre o processo de formação e
o futuro profissional de vocês.
Como este encontro não se efetivou e o protocolo do cerimonial de
formatura não prevê a palavra do Coordenador de Curso e, considero
necessário respeitar as regras protocolares estabelecidas pela
Universidade, optei por lhe escrever esta carta. Aliás, escrever cartas
é prática salutar, antiga e autêntica de comunicação que está voltando à
moda nos dias atuais, conforme revela de maneira muito bonita o filme
Central do Brasil de Walter Salles.
Meu desejo é simples. Dirigir-lhe algumas palavras que, caso as aceite
de coração aberto, sirvam-lhe de sol na longa, difícil e promissora
jornada que certamente o espera.
Gostaria de lhe dizer que, a partir de agora, você está inaugurando uma
nova fase em sua existência, seja como ser humano seja como cidadão e
profissional comprometido com a justiça, a verdade dos fatos e com a
defesa intransigente dos interesses da sociedade brasileira. Esta nova
forma de inserção no mundo lhe oferece possibilidades igualmente novas e
motivadoras, mas, em contrapartida, exige de sua parte disposição de se
integrar a um movimento mais livre e responsável diante de si mesmo,
diante do mundo, diante de outros seres humanos. Este é um processo
inesgotável de reinvenção da vida, por meio de um movimento essencial de
humanização e conquista da liberdade responsável. É como muito bem
ensina o consagrado educador e pedagogo, Paulo Freire, com sua sempre
concreta e comprometida lucidez quando diz: "...esse movimento do mundo
à palavra e da palavra ao mundo está sempre presente. Movimento em que a
palavra dita flui do mundo mesmo através da leitura que dele fazemos. De
alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da
palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo mas por uma certa
forma de escrevê-lo, ou de reescrevê-lo, quer dizer, de transformá-lo
através de nossa prática consciente." E não deveria ser esta a prática
cotidiana do profissional de comunicação social, mais especificamente do
jornalista? Profissão em cujo exercício deve prevalecer o coleguismo, o
espírito de equipe e a disponibilidade permanente do corpo e da alma
frente ao real , próprio de quem deve viver o risco da vida no olho do
furacão?
O prof. Francisco Karam, também alerta sobre a necessidade constante dos
jornalistas manterem um distanciamento e uma reflexão crítica sobre o
mundo e de se atualizarem diante das exigências do mercado de trabalho e
das novos tecnologias. Na opinião do prof. Karam, o exercício da
comunicação é atividade complexa e essencial e, por isso, exige uma
formação igualmente complexa e continuada. Uma formação que, além do
conhecimento técnico-científico, crítico e reflexivo, permita ao
profissional, ao longo de sua vida, cultivar valores essenciais fundados
nos princípios humanistas, éticos, estéticos e político-culturais.
Jornalistas que, antes de tudo, sejam cidadãos, críticos e socialmente
comprometidos com a transformação do mundo. Jornalistas conscientes,
humildes e solidários com seus companheiros, na defesa das conquistas e
direitos da categoria. Jornalistas empenhados na busca cotidiana da
qualidade das notícias e na luta pela democratização das informações.
Foram idéias e princípios desta natureza que nortearam a criação e o
desenvolvimento do curso que você escolheu e ajudou a construir,
incluindo as possibilidades e as dificuldades reais de projetos
pioneiros como este.
Agradeço-lhe, de coração, pela estreita e rica convivência e pela sua
participação durante os anos de sua formação, que muito contribuíram
para o desenvolvimento do curso e o crescimento pessoal e profissional
de toda a comunidade acadêmica.
Siga em frente, de cabeça erguida, e escreva/reescreva a mais bela
notícia de sua vida, sobre a vida dos homens e do mundo.
Do sempre amigo,
Prof. João Evangelista Rodrigues
Coordenador do Curso de Jornalismo da PUC Minas Arcos
Prezados Colegas,
É um
absurdo e uma palhaçada tudo isso que vem acontecendo em relação à nossa
profissão. É um desrespeito conosco, que enfrentamos uma faculdade, nos
esforçando para passar pelas disciplinas, sem falar nos apertos para
pagar a mensalidade. E agora aparecem juízes insensatos, que criam
liminares quebrando a obrigatoriedade do diploma. Jornalismo não é só
pegar caneta e papel e escrever. Onde ficam as técnicas, a estruturação
para produção; edição... E a ética? Até agora não entendo em que
argumentos se baseiam. Estudamos para desenvolver uma profissão de forma
digna e exigimos nossos direitos.
Sendo
assim, poderíamos comprar livros de Direito, decorar as leis e sair por
aí advogando. Que país é este? Precisamos unir nossas forças e exigir
providências.
Jarliana Rodrigues -
jarliana@hotlink.com.br
jornalista - Recife-PE
Venho por meio deste declarar apoio, incondicional, à postura da
Federação perante a decisão da Justiça brasileira com a categoria.
Estou à disposição para qualquer intervenção e auxílio.
Graziela Moura,
Jornalista diplomada - MTb/MS nº 184 -
grazimoura@bol.com.br
Dourados - Mato Grosso do Sul.
Caros
colegas,
Sou estudante de jornalismo e fico indignado com a decisão do Juiz
Manoel Álvares. Se com diploma tem muitos "profissionais" faltando com a
verdade e fazendo um jornalismo medíocre, imaginem sem...O pior que foi
em terceira estância.
É uma vergonha para nosso país, esse "Juiz" deveria ter o mínimo de
respeito para com o que o jornalismo fez por nossa pátria, pelo soldado
que foi contra o regime militar, por tudo que contribuiu.
Agora vai ser muito mais lucrativo para uma empresa contratar qualquer
um e pagar um salário "merreca", do que contratar um profissional
qualificado, que fez um baita investimento na sua carreira.
Isso não pode ficar assim! Vamos organizar protestos, vamos recorrer ao
que for! Somos o "quarto poder", ou não? Contem comigo! Não sou um
comunistinha ou um "punkizinho" querendo "auê", quero justiça - palavra
esquecida nessa terra.
Atenciosamente
Mario Rafael Palhares Concha -
marito13_7@hotmail.com
Senhor editor,gostaria de divulgar no Boletim Eletrônico da FENAJ a nota
abaixo, se possível. Considero uma vitória da categoria dos jornalistas
profissionais e dos empresários da comunicação no Rio Grande do Norte e
que deveria ser divulgada.
Cordialmente,
Nicolau Frederico de Souza -
nicolaufrederico@uol.com.br
Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio
Grande do Norte (SINDJORN)
A
convenção de trabalho assinada recentemente entre os sindicatos dos
jornalistas e dos empresários da comunicação no estado do Rio Grande do
Norte para o período de 2003/2004 inclui entre as cláusulas homologadas
pela Delegacia Regional do Trabalho a realização de uma campanha pela
ética profissional nas redações dos veículos de comunicação e a
implantação do plano de cargos e salários dos profissionais da imprensa
- jornalistas e repórteres fotográficos e cinematográficos - , além do
aumento de 8% por cento no piso inicial da categoria, que passa a ser de
Nível I - R$ 600,79, Nível II - R$ 636,63 e Nível III - R$ 777,45.
Com a responsabilidade de estar representando toda uma categoria, a
diretoria do Sindjorn usou de todas as argumentações possíveis para
elevar o índice de reajuste e não abdicou de garantir novas conquistas.
O Sindjorn conseguiu incluir no acordo uma cláusula onde os empresários
se comprometem a apoiar a entidade numa ampla campanha pela ética no
jornalismo e a iniciar o estudo do Plano de Cargos e Salários nas
Empresas, a partir de janeiro. Quanto ao item "Ética no Jornalismo", a
primeira reunião com as diversas empresas de Comunicação deverá ocorrer
ainda este ano para traçar a linha da campanha e definir as estratégias
de atuação para esclarecer a categoria, empresários dos diversos
segmentos da economia potiguar, entidades e sociedade a respeito do
Código de Ética dos Jornalistas. Além das duas conquistas já citadas e
da manutenção da Convenção 2002-2003, foi alcançado um índice dois
pontos percentuais acima do negociado em 2002.
O sindicato potiguar completa em junho de 2004 seus vinte e cinco anos
de fundação e a campanha "Ética no Jornalismo" é parte da extensa
programação em comemoração à data, que inclui o novo planejamento
estratégico que está sendo elaborado pela diretoria colegiada com a
definição de ações no campo da gestão administrativa e financeira,
cultural e profissional.