Jornalistas: Boletim Eletrônico em Defesa da Profissão - nº 32 - 20/01/2004

       
   
CAMPANHA EM DEFESA DA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE JORNALISTA
Boletim Eletrônico nº 32 - 20 de janeiro de 2004
   
   
Leia nesta edição:
- Fenaj atua para impedir que carga horária de jornalista seja ampliada
- Pesquisa e ensino de jornalismo serão debatidas em abril
- Pesquisa do MEC revela que 57% dos formandos desejam cursos com maior grau de exigência
- Fenaj segue cadastrando professores e profissionais para Escola do Jornalista
- MEGAFONE
 
   
   
Fenaj atua para impedir que carga horária de jornalista seja ampliada
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) já solicitou audiência com o deputado Carlos Nader (PFL/RJ) para tentar convencê-lo a desistir do projeto-de-lei que amplia a jornada de trabalho dos jornalistas das atuais 5 horas para 6 horas diárias. O deputado apresentou o projeto nº 805/04 à Comissão do Trabalho, que, para votá-lo, aguarda parecer do relator, deputado Rodrigo Maia, também do PFL do Rio de Janeiro. A Fenaj solicitou audiência também com o relator. Elas devem ser marcadas ainda para esta semana, quando os deputados estarão em Brasília,  participando das sessões extraordinárias.
 
Para justificar sua proposta, o deputado Carlos Nader afirma que os jornalistas passam muitas horas em frente aos terminais de computadores, o que provoca desgaste físico e mental. Ele propõe a carga horária de 6 horas, com intervalos obrigatórios de 15 minutos a cada duas horas, como solução. A diretoria da Fenaj entende que o deputado está equivocado em sua proposta e nos argumentos que a justifica. A jornada diária de 5 horas é um direito conquistado pela categoria (assim como outros profissionais têm direito à jornada especial) e o trabalho do jornalista não se assemelha ao do digitador, apesar de o jornalista utilizar o computador para escrever.
 
A jornada de trabalho diária de 5 horas para os jornalistas está fixada na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ela foi reivindicada pela categoria em função da natureza do trabalho jornalístico, que é altamente estressante e requer constante atualização dos profissionais. Mas o desgaste físico e emocional ao qual os jornalistas são submetidos está relacionado à pressão a que são submetidos (pressão em função do tempo – o fechamento dos noticiários exige rapidez –, em função de interesses econômicos, políticos e privados das empresas, em função da concorrência , etc) e não à utilização do computador. Dessa forma, a Fenaj entende que o aumento da carga horária em nada beneficia os profissionais.
 
O projeto do deputado Carlos Nader que amplia a carga horária de trabalho dos jornalistas é o segundo de sua autoria envolvendo a categoria. Também é dele a proposta de eliminação da exigência do diploma de curso superior de jornalismo para o exercício da profissão. Este projeto-de-lei do deputado prevê que qualquer cidadão com curso de nível superior de escolaridade pode se tornar jornalista, desde que tenha feito dois anos de “estágio” em uma empresa jornalística. A Fenaj já teve uma audiência com o deputado para tratar deste assunto e ele ficou de agendar outra para o aprofundamento da conversa.

 

 

Pesquisa e ensino de jornalismo serão debatidas em abril

 

Abril será um mês de destaque para o debate sobre o jornalismo no sul do país. Entre os dias 15 e 17 será realizado o segundo encontro da Rede Alfredo de Carvalho (Alcar), e de 18 a 20 ocorre a sétima edição do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo. Ambos os eventos ocorrerão na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis (SC).

 

O tema central do encontro da Rede Alcar é a "História do ensino de jornalismo e das profissões midiáticas no Brasil".

 

O Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo terá como tema "Os desafios do ensino de jornalismo na transição tecnológica". Na abertura do evento ocorre o "Pré-Fórum" realizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que irá debater "A avaliação do ensino de jornalismo como estímulo à qualidade da formação". As discussões do Fórum serão organizadas em cinco grupos de trabalhos (GTs): Pesquisa na Graduação, Produção Laboratorial Eletrônica, Projeto Pedagógico, Atividades de Extensão e Produção Laboratorial Impressa.

 

As inscrições já estão abertas, mas as comissões organizadoras lembram aos jornalistas que estas somente serão consideradas válidas quando do envio do comprovante de pagamento.

 

Os eventos marcam também o cinquentenário do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e os 25 anos do Curso de Jornalismo da UFSC.

 

 

Pesquisa do MEC revela que 57% dos formandos desejam cursos com maior grau de exigência

 

Uma pesquisa feita pelo Ministério da Educação (MEC) mostra que a maior parte dos estudantes que se formaram no ano passado gostaria que os cursos universitários tivessem um grau maior de exigência. Cinqüenta e sete por cento dos 390 mil alunos de 26 áreas de ensino, que fizeram o Provão em 2003, responderam que gostariam que as faculdades fossem mais difíceis.

 

Os formandos puderam dar opiniões sobre equipamentos, estrutura das faculdades, currículo e metodologia de ensino, entre outros itens. A questão sobre o nível de exigência é uma das mais abrangentes do questionário, pois mostra como os estudantes se sentiam em relação à formação que receberam - e se ela poderia ter sido mais avançada. As áreas de Comunicação Social, Ciências Contábeis e Direito apresentaram os maiores índices de insatisfação com relação às exigências dos cursos. Na outra ponta ficaram Física e os quatro cursos de Engenharia que entraram no Provão - nas modalidades Civil, Elétrica, Mecânica e Química.

 

Marcelino Rezende, diretor de disseminação do Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao MEC, afirma que os dados sobre exigência são pouco relevantes para determinar a qualidade dos cursos. "Os alunos respondem o questionário num momento em que a insegurança é grande, pois estão perto de entrar no mercado de trabalho", diz ele. "Entendo que eles tenham a sensação de despreparo."

 

O diretor do Inep explica que os estudantes não têm muitos parâmetros de comparação nem experiência profissional para entender se a exigência dos cursos está abaixo do que deveria ser. "É claro que eles sabem quando os professores não estão interessados, quando não há aulas e o curso rende pouco", diz Rezende. Por isso, explica ele, as instituições de ensino devem avaliar o indicador apontado pela pesquisa para verificar se não há problemas internos que causam a sensação de que os cursos são "fáceis". Na opinião de Rezende, estudos que acompanhem os formandos durante alguns anos seriam mais eficientes para levantar a visão dos alunos sobre as deficiências das faculdades.

 

A pró-reitora acadêmica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUC-PR), Neuza Aparecida Ramos, vê no resultado do Provão uma manifestação crítica bastante positiva. "É importante entendermos o que os estudantes esperam dos cursos", diz ela. "Mas o aprendizado não pode ser medido pela rigidez das avaliações e reprovação." Para Neuza, o melhor modelo de ensino leva o aluno a transpor a teoria e não seria melhor por ser mais "puxado".

 

Jornalistas e advogados

 

Para 73,4% dos estudantes de Comunicação Social, o curso deveria ter sido mais exigente. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) tem feito um trabalho em parceria com algumas faculdades para tentar identificar as deficiências das faculdades e estimular uma melhora na qualidade de ensino. "Houve uma proliferação de cursos nos últimos anos e agora precisamos ver se a estrutura atende à demanda", afirma a diretora de Educação da Fenaj, Valci Zuculoto. O resultado do Provão não chegou a surpreender Valci. Mas, para ela, existe uma preocupação no meio acadêmico para garantir uma formação adequada aos jornalistas.

 

Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) faz um teste que serve como um parâmetro da qualidade dos cursos de Direito. Segundo o secretário-geral da seção paranaense da instituição, Ivo Harry Celli Jr., os resultados da prova validam a opinião dos 64,8% dos estudantes que disseram querer maior grau de exigência no questionário do Provão. "De forma geral, os novos advogados estão chegando muito mal preparados. Até o número de aprovados das faculdades tradicionais vem caindo", afirma Celli Jr.

 

Fonte: Guido Orgis - Gazeta do Povo (Curitiba - PR) - 18/01/2004

 

 

Fenaj segue cadastrando professores e profissionais para Escola do Jornalista

 

A Federação Nacional dos Jornalistas segue renovando o cadastro de professores e profissionais para o Programa de Atualização Profissional, conhecido como Escola do Jornalista. O objetivo é mapear os profissionais em cada área e especialidade, para ministrar oficinas e cursos, proferir palestras, etc. promovidas pela Fenaj.

 

Os interessados em se cadastrar devem preencher a ficha abaixo e enviar para fenaj@fenaj.org.br . No assunto, colocar "cadastro Escola Jornalista/nome".

 

Cadastro de Professor
Escola do Jornalista (Programa de Atualização Profissional)
Fenaj - Federação Nacional do Jornalista

Nome:
RG:
CPF:
Cidade/Estado:
Instituição/Universidade e/ou Empresa onde trabalha:
Formação (graduação e pós-graduação):
Áreas preferenciais (nas quais pode ministrar cursos, seminários, oficinas e proferir palestras, conferências, etc.):
Endereço:
Telefones:
E-mail:
Filiado ao Sindicato dos Jornalistas de:
Currículo breve (aproximadamente 15 linhas): 
 

 

 

Conforme a Fenaj solicitou aos Sindicatos e jornalistas de todo o país na última edição deste Boletim, já estão sendo encaminhadas correspondências ao Ministro do Trabalho reivindicando agilidade na tramitação do projeto que cria o Conselho Federal de Jornalismo. Segue abaixo cópia do ofício encaminhado pela Cooperativa Catarinense de Jornalistas ao ministério:

 

Exmo. Sr. Ministro,

Em nome da diretoria da Cooperativa Catarinense de Jornalistas, vimos pela presente (msg) solicitar seu apoio e agilidade na autorização e encaminhamento do projeto que cria o Conselho Federal de Jornalismo, conforme proposta encaminhada pela direção da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Entendemos que uma das tarefas de um governo democrático e popular é viabilizar o encaminhamento de propostas que objetivam fortalecer a sociedade civil e dar mais condições técnicas ou operacionais para o fortalecimento dessa importante atividade profissional, que é o exercício do jornalismo.

Com essa preocupação, e cientes de seu compromisso com a defesa da democratização da comunicação no Brasil, solicitamos seu apoio e, se possível, imediato encaminhamento do projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo ao Ministério do Planejamento, conforme trâmite em nível federal.

Sem mais, atenciosamente,

Sérgio Luiz Gadini - Diretoria da Cooperativa Catarinense de Jornalistas 
 
Conforme noticiamos na edição anterior, as correspondências, polidas e educadas, porém firmes, devem ser encaminhadas, por correio (SEDEX) e por e-mail para:

 

Exmo. Senhor
Jaques Wagner
Ministro de Estado
Ministério do Trabalho e Emprego
Esplanada dos Ministérios - Bloco F - 5º andar
70059-900 Brasília - DF
e.mail: ministro@mte.gov.br

 

Ilma. Sra.
Eva Maria Chiavon
Secretária-Executiva
Ministério do Trabalho e Emprego
Esplanada dos Ministérios - Bloco F - 4º andar - sala 400
70059-900 Brasília - DF
e.mail: graca.goncalves@mte.gov.br

 

Cópia do e-mail deve ser encaminhada também para assessora especial de comunicação, jornalista Sônia Carneiro - sonia.carneiro@mte.gov.br

 

   
   
 
Envie informações - texto e fotos - para as próximas edições do Boletim pelo e-mail jornalistas@sjsc.org.br
   

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