Fenaj atua para impedir que
carga horária de jornalista seja ampliada
A Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj) já solicitou audiência com o deputado
Carlos Nader (PFL/RJ) para tentar convencê-lo a desistir do
projeto-de-lei que amplia a jornada de trabalho dos
jornalistas das atuais 5 horas para 6 horas diárias. O
deputado apresentou o projeto nº 805/04 à Comissão do
Trabalho, que, para votá-lo, aguarda parecer do relator,
deputado Rodrigo Maia, também do PFL do Rio de Janeiro. A
Fenaj solicitou audiência também com o relator. Elas devem
ser marcadas ainda para esta semana, quando os deputados
estarão em Brasília, participando das sessões
extraordinárias.
Para justificar sua proposta,
o deputado Carlos Nader afirma que os jornalistas passam
muitas horas em frente aos terminais de computadores, o que
provoca desgaste físico e mental. Ele propõe a carga horária
de 6 horas, com intervalos obrigatórios de 15 minutos a cada
duas horas, como solução. A diretoria da Fenaj entende que o
deputado está equivocado em sua proposta e nos argumentos
que a justifica. A jornada diária de 5 horas é um direito
conquistado pela categoria (assim como outros profissionais
têm direito à jornada especial) e o trabalho do jornalista
não se assemelha ao do digitador, apesar de o jornalista
utilizar o computador para escrever.
A jornada de trabalho diária
de 5 horas para os jornalistas está fixada na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). Ela foi reivindicada pela
categoria em função da natureza do trabalho jornalístico,
que é altamente estressante e requer constante atualização
dos profissionais. Mas o desgaste físico e emocional ao qual
os jornalistas são submetidos está relacionado à pressão a
que são submetidos (pressão em função do tempo – o
fechamento dos noticiários exige rapidez –, em função de
interesses econômicos, políticos e privados das empresas, em
função da concorrência , etc) e não à utilização do
computador. Dessa forma, a Fenaj entende que o aumento da
carga horária em nada beneficia os profissionais.
O projeto do deputado Carlos
Nader que amplia a carga horária de trabalho dos jornalistas
é o segundo de sua autoria envolvendo a categoria. Também é
dele a proposta de eliminação da exigência do diploma de
curso superior de jornalismo para o exercício da profissão.
Este projeto-de-lei do deputado prevê que qualquer cidadão
com curso de nível superior de escolaridade pode se tornar
jornalista, desde que tenha feito dois anos de “estágio” em
uma empresa jornalística. A Fenaj já teve uma audiência com
o deputado para tratar deste assunto e ele ficou de agendar
outra para o aprofundamento da conversa.
Pesquisa e ensino de jornalismo
serão debatidas em abril
Abril será um mês de destaque para
o debate sobre o jornalismo no sul do país. Entre os dias 15 e
17 será realizado o segundo encontro da
Rede Alfredo
de Carvalho (Alcar), e de 18 a 20 ocorre a sétima edição do
Fórum Nacional de
Professores de Jornalismo. Ambos os eventos ocorrerão na
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis
(SC).
O tema central do encontro da Rede
Alcar é a "História do ensino de jornalismo e das profissões
midiáticas no Brasil".
O Fórum Nacional dos Professores
de Jornalismo terá como tema "Os desafios do ensino de
jornalismo na transição tecnológica". Na abertura do evento
ocorre o "Pré-Fórum" realizado pela Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj), que irá debater "A avaliação do ensino de
jornalismo como estímulo à qualidade da formação". As discussões
do Fórum serão organizadas em cinco grupos de trabalhos (GTs):
Pesquisa na Graduação, Produção Laboratorial Eletrônica, Projeto
Pedagógico, Atividades de Extensão e Produção Laboratorial
Impressa.
As inscrições já estão abertas,
mas as comissões organizadoras lembram aos jornalistas que estas
somente serão consideradas válidas quando do envio do
comprovante de pagamento.
Os eventos marcam também o
cinquentenário do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e
os 25 anos do Curso de Jornalismo da UFSC.
Pesquisa do MEC revela que 57% dos formandos desejam
cursos com maior grau de exigência
Uma pesquisa feita pelo
Ministério da Educação (MEC) mostra que a maior parte dos
estudantes que se formaram no ano passado gostaria que os cursos
universitários tivessem um grau maior de exigência. Cinqüenta e
sete por cento dos 390 mil alunos de 26 áreas de ensino, que
fizeram o Provão em 2003, responderam que gostariam que as
faculdades fossem mais difíceis.
Os formandos puderam dar
opiniões sobre equipamentos, estrutura das faculdades, currículo
e metodologia de ensino, entre outros itens. A questão sobre o
nível de exigência é uma das mais abrangentes do questionário,
pois mostra como os estudantes se sentiam em relação à formação
que receberam - e se ela poderia ter sido mais avançada. As
áreas de Comunicação Social, Ciências Contábeis e Direito
apresentaram os maiores índices de insatisfação com relação às
exigências dos cursos. Na outra ponta ficaram Física e os quatro
cursos de Engenharia que entraram no Provão - nas modalidades
Civil, Elétrica, Mecânica e Química.
Marcelino Rezende, diretor de
disseminação do Instituto Nacional de Estudos Pesquisas
Educacionais (Inep), órgão ligado ao MEC, afirma que os dados
sobre exigência são pouco relevantes para determinar a qualidade
dos cursos. "Os alunos respondem o questionário num momento em
que a insegurança é grande, pois estão perto de entrar no
mercado de trabalho", diz ele. "Entendo que eles tenham a
sensação de despreparo."
O diretor do Inep explica que
os estudantes não têm muitos parâmetros de comparação nem
experiência profissional para entender se a exigência dos cursos
está abaixo do que deveria ser. "É claro que eles sabem quando
os professores não estão interessados, quando não há aulas e o
curso rende pouco", diz Rezende. Por isso, explica ele, as
instituições de ensino devem avaliar o indicador apontado pela
pesquisa para verificar se não há problemas internos que causam
a sensação de que os cursos são "fáceis". Na opinião de Rezende,
estudos que acompanhem os formandos durante alguns anos seriam
mais eficientes para levantar a visão dos alunos sobre as
deficiências das faculdades.
A pró-reitora acadêmica da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUC-PR), Neuza Aparecida Ramos, vê no resultado do Provão uma
manifestação crítica bastante positiva. "É importante
entendermos o que os estudantes esperam dos cursos", diz ela.
"Mas o aprendizado não pode ser medido pela rigidez das
avaliações e reprovação." Para Neuza, o melhor modelo de ensino
leva o aluno a transpor a teoria e não seria melhor por ser mais
"puxado".
Jornalistas e
advogados
Para 73,4% dos estudantes de
Comunicação Social, o curso deveria ter sido mais exigente. A
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) tem feito um trabalho
em parceria com algumas faculdades para tentar identificar as
deficiências das faculdades e estimular uma melhora na qualidade
de ensino. "Houve uma proliferação de cursos nos últimos anos e
agora precisamos ver se a estrutura atende à demanda", afirma a
diretora de Educação da Fenaj, Valci Zuculoto. O resultado do
Provão não chegou a surpreender Valci. Mas, para ela, existe uma
preocupação no meio acadêmico para garantir uma formação
adequada aos jornalistas.
Já a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) faz um teste que serve como um parâmetro da
qualidade dos cursos de Direito. Segundo o secretário-geral da
seção paranaense da instituição, Ivo Harry Celli Jr., os
resultados da prova validam a opinião dos 64,8% dos estudantes
que disseram querer maior grau de exigência no questionário do
Provão. "De forma geral, os novos advogados estão chegando muito
mal preparados. Até o número de aprovados das faculdades
tradicionais vem caindo", afirma Celli Jr.
Fonte: Guido Orgis -
Gazeta do Povo (Curitiba - PR) - 18/01/2004
Fenaj segue cadastrando professores e
profissionais para Escola do Jornalista
A Federação Nacional dos Jornalistas segue renovando o cadastro
de professores e profissionais para o Programa de Atualização
Profissional, conhecido como Escola do Jornalista. O objetivo é
mapear os profissionais em cada área e especialidade, para
ministrar oficinas e cursos, proferir palestras, etc. promovidas
pela Fenaj.
Os interessados em se cadastrar devem preencher a ficha abaixo e
enviar para
fenaj@fenaj.org.br . No assunto, colocar "cadastro Escola
Jornalista/nome".
Cadastro de
Professor
Escola do Jornalista (Programa de Atualização Profissional)
Fenaj - Federação Nacional do Jornalista
Nome:
RG:
CPF:
Cidade/Estado:
Instituição/Universidade e/ou Empresa onde trabalha:
Formação (graduação e pós-graduação):
Áreas preferenciais (nas quais pode ministrar cursos,
seminários, oficinas e proferir palestras, conferências, etc.):
Endereço:
Telefones:
E-mail:
Filiado ao Sindicato dos Jornalistas de:
Currículo breve (aproximadamente 15 linhas):
Conforme a Fenaj solicitou aos
Sindicatos e jornalistas de todo o país na última edição deste
Boletim, já estão sendo encaminhadas correspondências ao
Ministro do Trabalho reivindicando agilidade na tramitação do
projeto que cria o Conselho Federal de Jornalismo. Segue abaixo
cópia do ofício encaminhado pela Cooperativa Catarinense de
Jornalistas ao ministério:
Exmo. Sr. Ministro,
Em nome da diretoria da
Cooperativa Catarinense de Jornalistas, vimos pela presente
(msg) solicitar seu apoio e agilidade na autorização e
encaminhamento do projeto que cria o Conselho Federal de
Jornalismo, conforme proposta encaminhada pela direção da
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Entendemos que uma das tarefas
de um governo democrático e popular é viabilizar o
encaminhamento de propostas que objetivam fortalecer a sociedade
civil e dar mais condições técnicas ou operacionais para o
fortalecimento dessa importante atividade profissional, que é o
exercício do jornalismo.
Com essa preocupação, e
cientes de seu compromisso com a defesa da democratização da
comunicação no Brasil, solicitamos seu apoio e, se possível,
imediato encaminhamento do projeto de criação do Conselho
Federal de Jornalismo ao Ministério do Planejamento, conforme
trâmite em nível federal.
Sem mais, atenciosamente,
Sérgio Luiz Gadini -
Diretoria da Cooperativa Catarinense de Jornalistas
Conforme noticiamos na
edição anterior, as correspondências, polidas e educadas,
porém firmes, devem ser encaminhadas, por correio (SEDEX) e
por e-mail para:
Exmo.
Senhor
Jaques Wagner
Ministro de Estado
Ministério do Trabalho e Emprego
Esplanada dos Ministérios - Bloco F - 5º andar
70059-900 Brasília - DF
e.mail:
ministro@mte.gov.br
Ilma. Sra.
Eva Maria Chiavon
Secretária-Executiva
Ministério do Trabalho e Emprego
Esplanada dos Ministérios - Bloco F - 4º andar - sala 400
70059-900 Brasília - DF
e.mail: graca.goncalves@mte.gov.br
Cópia do
e-mail deve ser encaminhada também para assessora especial
de comunicação, jornalista Sônia Carneiro -
sonia.carneiro@mte.gov.br