BLADE RUNNER é o MELHOR FILME DE FICÇÃO CIENTÍFICA
dizem os melhores cientistas do mundo
Em pesquisa publicada ontem, " The Guardian" divulgou que os 60 (sessenta) dos
mais importantes cientistas do mundo, consultados pelo jornal britânico,
afirmaram que " Blade Runner - o Caçador de Andróides " (1982) é o melhor filme
de ficção científica já realizado, em todos os tempos.
Stephen Minger, biólogo do King´s College, em Londres, especializado em
células-tronco, explicou:
" Blade Runner " se adiantou muito a seu tempo; e a premissa toda da história -
o que é ser humano, quem somos, de onde viemos - retoma questões eternas. "
(Atenção: meus comentários se referem à primeira versão conhecida pelo público-
e preferida por mim-, com a narrativa de Harrison Ford, e o belíssimo travelling
final, além de menos pessimista; portanto, não trato, aqui, da versão original
do diretor.) Gênero: ficção científica (história policial, com suspense e ação;
reflexão sobre engenharia genética; filosofia e romance!).
Filme especialíssimo, sucesso no cinema, nas locadoras de vídeo, entre os
críticos, nas pesquisas de opinião e nas lojas de discos (trilha sonora), "Blade
Runner - o Caçador de Andróides (Blade Runner - EUA, 1982 - 125'- de Ridley
Scott, com música original de Vangelis) é uma obra-prima de imagens, sons e
palavras. CINEMA em toda a sua beleza plástica. Uma aula de cinematografia e de
reflexão crítica sobre a vida: ontem, hoje e amanhã.
Com ação e suspense característicos de histórias policiais, este filme seminal
é, não só uma linda narrativa romântica, mas um debate filosófico íntimo sobre a
importância dos sentimentos e das emoções.
Em Los Angeles, em pleno século XXI, um ex-policial (afirmando "não querer mais
matar...") vê-se obrigado a perseguir e aniquilar cinco andróides ou replicantes
que, de tão perfeitos, são quase impossíveis de se distinguir dos seres humanos.
"Surpreendente pelo seu toque trágico e existencial", foi indicado para o OSCAR
de 1983, na categoria de efeitos especiais. Trata-se de um filme de alta
qualidade, pois exige do público uma atitude positiva de questionamento em nível
superior e até de pós-graduação. A magia de suas imagens, o mistério de suas
perguntas fundamentais sobre a existência humana e, sobretudo, a excelente
combinação forma-conteúdo (cenas criativas, sonoplastia atraente, interpretação
comovente, diálogos marcantes, a beleza dos momentos de amor), tudo, enfim,
nesta obra, justifica o cinema admirado como arte e instrumento permanente de
conscientização.
Apesar das cenas de violência, é um filme pró-VIDA, pró-sentimentos; a favor da
solidariedade e do amor. Inspirado no romance de Phillip K. Dick (a quem foi
dedicado, in memoriam). "Não sei por que ele me salvou. Talvez porque, nos
últimos momentos, ele amasse a vida mais do que nunca. Não somente a sua vida. A
de todos. A minha vida."
Do diretor inglês Ridley Scott ( o mesmo de "Alien", "A Lenda", "Os Duelistas",
"Perigo na Noite", "Chuva Negra" e "Thelma e Louise"), eis uma obra
cinematográfica para ser vista e apreciada (partilhada e amada) muitas e muitas
vezes. Uma advertência sobre o "progresso" científico. Uma discussão sobre
valores morais, sociais e individuais, a ser debatida no íntimo de cada um. Um
grito de alerta sobre um "futuro" bem próximo de nós, em que a "ciência",
ignorando os sentimentos e a consciência individual, se mostra desumana,
desenfreada e lucrativa. Aliás, a mensagem maior está, principalmente, na
salvação pelo amor, que vence todos os obstáculos, as dúvidas e a violência. Que
filme espetacular! E achamos mais espetacular - e intrigante- a cada vez que o
repetimos! Se eu só pudesse escolher um único filme para exibir e debater, eu
escolheria "Blade Runner"... apesar de conhecer dezenas de outros filmes mais
bonitos, mais interessantes e agradáveis de se assistir. Escolheria o "Caçador
de Andróides" porque "mexe" com a nossa cabeça e desencadeia o pensamento
filosófico, fazendo-nos refletir sobre temas essenciais e sempre atualíssimos.
Na minha opinião, a cada dia que passa, a mensagem de "Blade Runner" será cada
vez mais significativa e urgente.
No elenco, estão: Harrison Ford (da trilogia "Guerra nas Estrelas", "Indiana
Jones e os Caçadores da Arca Perdida", "A Testemunha", "Uma Segunda Chance", "A
Costa do Mosquito", "Busca Frenética", "Jogos Patrióticos", "Secretária do
Futuro", "O Fugitivo", "Seis Dias, Sete Noites" e outros); Sean Young ("Duna",
"Sem Saída", etc.); Ruthger Hauer ("O Feitiço de Áquila", "A Conquista
Sangrenta", "A morte pede carona", "Os Falcões da noite", etc.); Daryl Hannah ("Roxanne",
"Wall Street", etc. ).
Mas, afinal, o que nos diz este filme perturbador, inquietante e envolvente, a
nos sacudir da cabeça aos pés, de dentro para fora e do exterior ao mais
profundo de nossa alma?
* Nenhum engenho, por mais aperfeiçoado que seja, pode substituir o ser humano.
Se a "substituição" ocorre, o que aconteceu com o ser humano?!
* Os sentimentos, as emoções constituem a característica mais humana, o sinal
identificador que nos diferencia das máquinas e de outros seres diversos.
* Vivendo, quotidianamente, com a angústia e o medo, as circunstâncias de nossa
mortalidade, descobrimos que a vida se nos apresenta como um recinto sombrio,
tenebroso, artificial e violento; e perdemos o entusiasmo pelo cotidiano e até
mesmo a vontade de agir profissionalmente; e nos isolamos; e recorremos à
bebida, aos diálogos insinceros, desistindo de entabular uma conversação que
valha a pena ser começada...
* Nesse contexto tão aterrador, de repente, a amizade e o amor se revelam como
eventos absolutamente extraordinários e, sobretudo, redentores, porque a sua
força, suave, afetuosa tem o potencial de nos resgatar da inércia e da solidão,
transformando a nossa existência, por mais deprimente que a situação nos pareça,
libertando-nos das restrições que nos amarguram...
* E a amizade e o amor, assim como a verdade, nos libertam e nos conduzem mais
alto, a paisagens onde reina a esperança das árvores.
* Amando e confiando, somos capazes de enfrentar as perguntas que antes não
ousávamos formular, mas que devem ser colocadas diante de nós, seres humanos e,
portanto, capazes de perguntar, escolher e AMAR.
* Que pode existir de mais precioso e criativo do que a vida?
* No entanto, como viver sem a presença do ser amado? E como é difícil se
aceitar a morte! Principalmente, a morte de quem amamos acima de tudo e de
todos...
* E a pergunta volta a nos incomodar, a nos inquietar: que existe de mais
precioso ou superior à vida?
* A amizade; o amor... pois há momentos decisivos, transfiguradores de nossa
existência, em que tais sentimentos se revelam com tal poder e sinceridade que a
morte não mais assusta... e a vida, tão preciosa, é oferecida,consciente e
voluntariamente, com amor e convicção, em troca da vida de outrem.
* Antes de se iniciar uma "caçada a andróides", é preciso ter coragem de
empreendermos uma caçada ao íntimo de nós mesmos e, conhecendo a nós mesmos, em
toda a dimensão do ser humano, chegamos, afinal, a compreender, à luz da
reflexão, a diferença fundamental entre andróide e pessoa humana: o amor é,
antes de tudo, um ato de fé e coragem.
A LIÇÃO DO CAÇADOR DE
ANDRÓIDES
Poema de Theresa Catharina,
inspirado no filme "Blade Runner" - uma fábula para o século
XXI, um filme para pessoas inteligentes e responsáveis.
As imagens, os sons e as
palavras do cinema-fábula,
lenda e saga futurista,
cintilante de beleza plástica
e filosófica
provocaram uma reflexão
crítica sobre a vida: ontem, hoje e amanhã.
Com ação e suspense de conto
policial,
* este filme especialíssimo
narrou uma história de amor
* cintilante de sentimento e
emoção.
* No labirinto mágico do
coração-mundo,
* nas sombras das luzes
diurnas da cidade-universo
* e no mistério de suas
perguntas essenciais
* sobre a razão e o destino da
existência humana,
* embora reprimido, rejeitado
e amedrontado,
* o amor se impôs
finalmente...
* derrubando a frieza e a
desilusão,
* a desmotivação e o
desinteresse,
* o choro escondido, o terror
disfarçado,
* o amor se impôs...
* abriu os lábios, os braços,
as mãos;
* juntou os olhos, uniu os
corpos, humanizou, SALVOU.
* A melodia inebriante do
sentimento
* dobrou a força esmagadora
* e sacudiu as ilusões do
progresso amoralmente cego.
* O amor destruiu a teia do
desencanto,
* enfrentou as dúvidas e o
desconhecido.
* Perturbador, inquietante e
envolvente,
* o amor se impôs...
* atingindo as camadas mais
profundas da alma em coma;
* identificando e
diferenciando, movendo, transformando,
* o amor se impôs... e
resgatou os sentimentos aprisionados.
* O mundo tenebroso,
artificial e violento
* deixou de ser aceitável,
pois o amor o rejeitou.
* Num contexto aterrador, o
amor contestou...
* e venceu. Ressuscitou. Calou
a descrença.
* Como evento extraordinário e
redentor,
* o amor resgatou da inércia e
da solidão,
* transformando a existência
deprimente, restritiva,
* sem horizonte,
* em paisagem libertadora onde
reina a esperança das árvores
* e a promessa do espaço azul,
infinito,
* acima das montanhas mais
inacessíveis.
Amando e confiando,
somos capazes de enfrentar as
perguntas
que antes não ousávamos
formular,
mas que devem ser colocadas
diante de nós,
seres humanos e, portanto,
capazes
de perguntar, escolher e AMAR.
E nos momentos decisivos,
transfiguradores de nossa
existência,
os sentimentos se revelam
com tal poder e sinceridade
que a coragem nos envolve,
nos fortalece e
nos faz caminhar com decisão.
Convictos, confiantes no
amor,
ILUMINADOS E TRANSFIGURADOS
POR SUA CHAMA,
frágeis e fortes, trêmulos e
fortalecidos,
empreendemos uma caçada ao
íntimo de nós mesmos
e, procurando conhecer o
nosso espírito,
e buscando compreender o
próximo
(ouvindo, também, o seu
coração...),
em toda a dimensão sombra-luz
do ser humano,
chegamos, afinal, a entender,
à luz da reflexão,
a diferença fundamental
entre andróide e pessoa
humana:
o amor é, antes de tudo, um
ato de fé e coragem.
Brasília, 13 de junho de 1997
Theresa Catharina de Góes
Campos
Departamento de Fundamentos
Faculdade AEUDF |
|
LEITOR APRECIA COMENTÁRIO SOBRE O FILME " BLADE RUNNER"
De: "Yan Jacobina"
Data: Tue, 28 Mar 2006 20:41:16 -0300
Assunto: BLADE RUNNER
Theresa:
Navegando pela web e pesquisando sobre "Blade Runner", li seu artigo sobre o
filme e quero dizer que nunca senti tanta inveja, como senti de você por
escrever tão bem e fazer tão belo comentário sobre Blade Runner.
Você foi simplesmente Fantástica, parabéns...
Você escreveu tão bem, que deu vontade de ver de novo esse filme, que para mim
é realmente uma obra dos deuses.
Ouvi dizer, não sei se você está sabendo, que se planeja um "Blade Runner" 2,
baseado no livro que tem uma continuação na qual o policial Deckard iria a
julgamento por ter matado um ser humano que ele julgou ser um replicante... é
uma boa premissa para uma continuação, mas o primeiro foi tão perfeito para mim
que se pudesse proibiria uma continuação (nem que fosse o Spielberg) do Blade
Runner, não acha?
Acho que, em DVD, só existe a versão do diretor, ou já saiu a versão
tradicional, cult? Se tiver, compro na mesma hora, até vou pesquisar no site da
locadora, pois eu tenho em VHS, quando a Warner lançou seus primeiros filmes em
VHS no Brasil.
Para terminar, queria dizer que achei o máximo o trecho em que você diz: " É uma
obra-prima de imagens, sons e palavras".
Simplesmente você conseguiu resumir o que é o "Blade Runner"...
Bem, fiquei tão empolgado com seu texto que resolvi lhe escrever, mesmo não
tendo o seu talento de traduzir em forma de palavras o sentimento do espetáculo
que é este filme "BLADE RUNNER".
Grande abraço e que Deus lhe abençõe, dando cada vez mais inspirações
para outros textos tão lindos como esse...
Yan
Data: Wed, 13 Dec 2006 21:31:36 -0200
De: "Theresa Catharina de Góes Campos"
Para: "Walter Filho"
Assunto: Sinto-me honrada em ser citada, tanto no seu livro como nas palestras
Prezado Dr. Walter Filho:
Sinto-me honrada com os seus elogios, assim como por ser incluída em seu livro,
nas suas palestras, enfim, nos seus comentários.
Como esclareci em resposta a seu e-mail anterior, todos os meus textos podem ser
reproduzidos e citados, desde que se registre a minha autoria.
Muito obrigada! Deus lhe pague!
Cordialmente,
Theresa Catharina
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Wed, 13 Dec 2006 03:43:15 +0000, "Walter Filho"
escreveu:
Jornalista e
Professora Theresa Catharina:
Não
conseguiria dormir sem te enviar este e-mail. Ao ler seu artigo sobre
Blade Runner mergulhei no mundo do filme e viajei na música de Vangelis.
Assisti ao filme várias vezes. Vou guardar para sempre sua frase: "Se
eu só pudesse escolher um único filme para exibir e debater, eu
escolheria "Blade Runner" . Eu digo o mesmo. Apesar de
amar outros filmes maravilhosos e este não ser o meu favorito. Peço
permissão para colocá-la no meu livro. Se possível, leia o outro
e-mail. De coração! Será citada em todas as minhas palestras sobre
cinema. Estou encantado com seu trabalho. Agora dormirei
melhor...abraços. Walter Silva Pinto Filho.
De: Dra.
Márcia
Data: 28 de novembro de 2012 19:24
Assunto: Blade Runner
Para: theresa.files@gmail.com
Theresa,Entrei agora no seu site e o primeiro filme que busquei para ler
o comentário foi exatamente o filme mais importante de minha vida, que
faz parte das minhas coleções, e considero um dos melhores filmes de
todos os tempos. Confesso que sua crítica é simplesmente maravilhosa.
"Blade Runner" é um filme atemporal. Um ícone do cinema e da
eternidade.Cada cena do filme e sons da trilha sonora se perpetuam
dentro de mim, como se eu o visse pela primeira vez, a cada vez que
assisto a "Blade Runner" novamente. (...)
A cena de Hutger Hauer com Harrison Ford, quase no final, tem uma das
fotografias mais intensas que eu já vi na vida:“...esses momentos
ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer....”
Parabéns por eternizar, nas suas palavras, este"cult" , eternizado em
celuloide e no coração dos amantes do cinema.
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Dra. Marcia Rachel Ris MohrerAdvogadaRua Ribeiro de Lima, 453 – sala 704
– Bloco DSão Paulo – SP – 01122-000
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