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A ERA DO GELO
Um desenho animado moderno, com personagens
originais e belos cenários, "A Era do Gelo" (Ice
Age - EUA, 2002 - scope - dolby -75 min.) tem
direção de Chris Wedge e co-direção do
brasileiro Carlos Saldanha ( é seu primeiro
longa-metragem de animação). Com tecnologia de
ponta, totalmente digital, levou três anos para
ser concluído. Os realizadores fizeram pesquisas
no Museu Americano de História Natural, de Nova
York, cujo acervo inclui peças da era do gelo.
Suas qualidades técnicas e de conteúdo atraem
público de todas as faixas etárias: produção,
efeitos especiais, fotografia (cor DeLuxe),
trilha sonora ( música de David Newman);
travellings emocionantes; montagem; os desenhos
na apresentação dos créditos finais; o roteiro
dinâmico - ação, suspense, emoção e diálogos
criativos, com humor e naturalidade de reações a
atitudes e circunstâncias.
E como as crianças demonstram gostar da história
e compreendem o seu desenvolvimento sem
dificuldade, num autêntico processo de
identificação com os sentimentos dos
personagens, como objetivaram os criadores de "A
Era do Gelo"!
Produção conjunta da Fox e dos Blue Sky Studios,
esta animação digital foi lançada no Brasil
somente em cópias dubladas, destacando-se o
nível de excelência da versão em português.
Para a divulgação do filme, houve a distribuição
mundial de 750 gravuras exclusivas (55 cm x
40cm), criadas pelo "character designer" Peter
De Seve. O artista foi ilustrador de revistas e
jornais americanos, no início de sua carreira.
Nas duas últimas décadas, colaborou na
ilustração de livros e nos desenhos animados da
Disney, Dreamworks e Pixar. "O Príncipe do
Egito" e "Mulan" estão entre os destaques de
seus trabalhos para o cinema.
Quatro animais protagonizam as aventuras: o
Mamute rabugento (Manfred/Manny), dublado por
Diogo Vilela; um Tigre Dente de Sabre (Diego),
dublado por Márcio Garcia; o Bicho Preguiça
atrapalhado (Sid), na voz de Tadeu Mello; e um
Roedor (Scrat), mistura de esquilo com rato,
aparentemente lutando sozinho contra o azar, mas
disposto a tudo para sobreviver e conseguir
enterrar uma preciosa noz. Sobe a geleira com
muita dificuldade e, ao quebrar o iceberg,
inicia o período que muda a superfície
terrestre, provocando a migração de Norte para o
Sul.
Eles experimentarão uma série de aventuras e
perigos, atravessando paisagens geladas,
traiçoeiras (avalanches, funis de gelo, lagos de
lava vulcânica).
O bebê humano Roshan, que vão proteger, vivia
antes com a família, cercado pelo amor de seus
pais, atentos a seu bem-estar, carinhosos e
devotados um ao outro. A mãe da criança
enfrentou animais ferozes para defender o
pequenino.
O ser humano com a sua fragilidade, lutando
contra lobos e tigres, na imensidão das
paisagens geladas. A saudade do pai, procurando
por seu filho. A gratidão do caçador, quando os
animais lhe devolvem o bebê. Nos braços do pai,
o pequeno se aquece e demonstra estar feliz.
A mudança de cenário ocorre após a era glacial,
com o aquecimento da terra, vinte mil anos
depois, propiciando aos desenhistas a
oportunidade de colorir a tela com palmeiras
enfeitando a paisagem tropical.
Repetindo a pergunta existencial do replicante,
no seminal "Blade Runner - o caçador de
andróides" (de Ridley Scott), Scrat quer saber a
verdade:
"- Por que você salvou a minha vida, arriscando
a sua?
- Porque, em um grupo, cada um cuida do outro."
Quando a humanidade assiste, em desespero e
desalento, ao eclodir de batalhas e matanças
inaceitáveis, nada mais confortador que ouvir
essa resposta, indicando a necessidade de cada
um de nós viver como o guardião da vida de nosso
próximo.
Theresa Catharina de Góes Campos |
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