Mãe,
carregaste-me no teu ventre,
qual uma semente que na terra
germina e se transforma
Chegou um outro tempo, que o
fizeste em teu colo,
e ainda que sem falar,
compreendias-me tanto...
Discernia meus ruídos em
madrugadas mal-dormidas,
sem que jamais perdesse a
candura dos gestos de amor
Nos meus primeiros passos,
tuas mãos me deram o norte
e quando as minhas pernas
vacilavam,
as tuas corriam seguras;
Teus braços, como laços de
amor, me entrelaçavam;
e a segurança que me davas,
não me fizeram desistir de tentar outros passos!
Mãe,
Lembro-me das tuas mãos em
oração,
Lembro-me dos teus lábios com
hinos de amor,
Lembro-me da tua Bíblia
aberta e de tantas histórias que aprendi a amar.
Ah! Aquele berço humilde que
me abrigava
Tornou-se o primeiro altar,
No qual eu invocava o nome de
Deus!
Com o teu amor, fizeste-me
conhecer o Maior Amor,
Com o teu cuidado,
ensinaste-me a olhar para Aquele que cuidava e cuida de ti.
Com tua fé, deste-me o maior
de todos os privilégios:
Saber que não estou sozinho,
abandonado à própria sorte,
Pois se não podes carregar-me
agora,
Ensinaste-me em quem posso
confiar sempre...