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O RESGATE DO SOLDADO RYAN
O diretor Steven Spielberg registrou, com "O
Resgate do Soldado Ryan" (Saving Private Ryan -
EUA, 1998 - 168 min.), o retrato cruel de toda
guerra: vidas perdidas, mutilações, ferimentos
graves... e um sofrimento imenso, indescritível,
de militares e civis, sejam desconhecidos ou
familiares.
No elenco: Tom Hanks, Tom Sizemore, Edward Burns,
Matt Damon, Giovanni Ribisi, Ted Danson, Dennis
Farina.
Drama de ação sobre o Desembarque Aliado na
Normandia, em seis de junho de 1944 e a semana
que se segue, o filme tem vinte e cinco minutos
iniciais de cenas onde o horror do conflito é
apresentado com precisão histórica e, portanto,
absolutamente chocante. Lembrei-me, assistindo
àquela tragédia da Segunda Guerra Mundial, das
palavras do escritor e aviador francês Antoine
de Saint-Exupéry (que não voltou de sua missão
de reconhecimento, em julho do mesmo ano): "A
guerra não é uma aventura. É uma doença. Um
tifo.".
O grande mérito dessa obra está, não somente na
produção, direção, interpretação, reconstituição
militar, fotografia, mas em sua capacidade de
levantar questionamentos sobre o absurdo das
guerras, quando há momentos em que os princípios
fundamentais sobre a dignidade e o respeito à
vida humana são colocados de lado.
A trilha sonora contribui para o clima de
desespero individual e coletivo. O personagem de
Tom Hanks, o oficial responsável por conduzir a
busca de um soldado desaparecido, chega a dizer:
"A cada morte me sinto mais longe do retorno à
minha família". Os membros de seu pelotão sabem
que estão procurando por um colega cujos três
irmãos morreram em ação; mesmo assim, questionam
sobre os riscos que estão enfrentando e sobre o
porquê de uma missão para salvar uma vida,
arriscando outras.
A linguagem chula, a irritação no convívio
caracterizam a ausência de romantismo, os
temores mesclados à bravura e aos sentimentos de
grupo, de companheirismo e amizade.
Mostrando a guerra com autenticidade, Spielberg
fez um clamor pela paz.
Theresa Catharina de Góes Campos
(Obs. Assisti ao filme no cinema, mas pode ser
encontrado em vídeo - CIC.)
Ler também:
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"(...) Sucesso
assombroso nos cinemas, o filme de
Spielberg, que custou 70 milhões de dólares,
arrecadou nas bilheterias mundiais 482
milhões. Sem falar na aclamação da crítica,
que logo o reconheceu como uma das maiores
obras-primas do cinema de guerra."(...)
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