Desenho peruano em 3D atrai 100 mil e já mira "Shrek 2"
LIMA - Um longa-metragem feito por computação gráfica no Peru foi um grande
sucesso de bilheteria em sua primeira semana de exibição.
Piratas en el Callao, uma produção peruana, foi visto por mais de 100 mil
pessoas, levando seu produtor a dizer que o filme pode rivalizar com a recente
popularidade de Shrek 2.
O longa, que foi feito em 18 meses, já arrecadou mais de US$ 500 mil, valor
gasto com sua produção.
"A reação do público foi ótima. As crianças riem e até dançam nos cinemas", diz
o diretor da produção, Eduardo Schuldt, de 32 anos.
Ouro
Em abril, o filme vai ser lançado em outros países da América do Sul e da
América Central e, ainda neste ano, será traduzido para o mandarim para poder
ser lançado na China.
O filme conta a história de Alberto, um menino de 9 anos que volta no tempo
durante uma excursão escolar a um forte no porto de Callao, no Peru.
O menino então enfrenta piratas holandeses que tentam saquear embarcações
espanholas cheias de ouro peruano.
O livro no qual o filme é baseado é normalmente usado para ensinar crianças
peruanas sobre a história do país. O filme se passa no século 17, quando o Peru
era um importante centro comercial na costa do Pacífico.
Os eventos acontecem um século depois de conquistadores espanhóis terem dominado
os Incas, capturado o ouro e forçado muitos índios peruanos à escravidão.
Alberto se torna amigo de outro menino, este do século 19, e os dois ajudam os
índios a escapar dos piratas. O protagonista da história também se apaixona por
uma menina indígena chamada Urpi, nome que significa "pomba" na língua dos
Incas.
Escravidão
"Inicialmente, ele não sabe se deve ajudar os holandeses ou os espanhóis, por
causa do jeito que os espanhóis tratam os indígenas. Então ele tem esse conflito
para resolver", diz Schuldt.
"A mensagem é clara: que a escravidão não é boa. Mas a principal mensagem é que
nós precisamos aprender com a História, e não tentar mudá-la."
Segundo Schuldt, os produtores do filme estão negociando com distribuidores
sobre a possibilidade de lançá-lo nos Estados Unidos, mas ele admite que
primeiro quer conquistar a América Latina.
Ele afirma que, além de ser avançado tecnologicamente, o filme está sendo um
sucesso porque combina uma boa história com a música de uma ótima banda peruana
e as vozes de conhecidos atores nacionais.
"Vamos distribuir o filme em 16 países e estamos muito felizes com isso. Espero
que todo mundo assista."
Schuldt e toda a equipe envolvida na produção de Piratas en el Callao já
começaram a trabalhar "em um filme de animação mais avançado", sobre as
aventuras de um dragão no lago Titicaca, que fica entre o Peru e a Bolívia e é o
lago navegável mais alto do mundo. (bbc/Hannah Hennessy)
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