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Obrigado por suas considerações ao meu filme no
seu site. São essas coisas que estimulam nosso
trabalho.
Fazer cinema é muito, muito difícil. É preciso
muita obstinação.
Dê notícias. Tudo de bom pra você.
Um abraço,
Nirton Venancio
O ÚLTIMO DIA DE SOL
O curta-metragem premiado "O último dia de sol"
(Brasil, 1999 - 18 min.) tem argumento, roteiro
e direção do cineasta Nirton Venancio.
No elenco, estão os atores experientes Ademir
Miranda (interpretando o pai) e Dora Wainer (a
mãe) e o garoto Allyson Amaral, escolhido pela
produção após um processo de seleção que
envolveu 200 candidatos.
A filmografia de Nirton Venancio começou em
1981, com o roteiro e a direção de "Memória das
Águas" (documentário em super 8,
curta-metragem). No ano seguinte, Nirton
Venancio também escreveu e dirigiu, também em
super 8, outros dois curtas-metragens
documentais: "Fortaleza" e "Lira Nordestina".
Em 1988, "Um cotidiano perdido no tempo", em 35
mm, demonstrou, mais uma vez, as suas qualidades
de roteirista e diretor de competência e
sensibilidade.
Dois anos depois, Nirton Venancio dirigiu "Walking
on water", curta-metragem em betacam, de ficção,
produzido pela Housetop (Inglaterra) e Verbo
Filmes (Brasil).
"O último dia de sol" nos surpreende por sua
eficiência neo-realista, comovente do início ao
fim.
Os personagens transmitem seu drama num clima de
suspense e profundo sofrimento.
O cartaz da obra-prima de Vittorio de Sica - "
Ladrões de Bicicletas" - que aparece em uma das
cenas de " O último dia de sol" - homenageia a
escola cinematográfica com a qual Nirton
Venancio se identifica:o neo-realismo.
Destaques: produção, roteiro, direção,
interpretação, fotografia, reconstituição de
época, direção de arte, figurinos, maquiagem e
trilha sonora.
Brasília, 15 de agosto de 2001.
Theresa Catharina de Góes Campos
O ÚLTIMO DIA DE SOL
Um filme de Nirton Venancio
PRÊMIOS
- Troféu Pinhão, categoria Melhor Fotografia
(Miguel Freire)
4° Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba/2000
- Troféu Eusélio Oliveira, categoria Melhor
Direção de Arte (Jefferson Albuquerque Jr.)
10° Cine Ceará/2000
- Troféu Jangada, conferido pela Organização
Católica Internacional de Cinema (OCIC),
categoria Melhor Filme Nacional
23° Guarnicê de Cine-Vídeo do Maranhão/2000
O DIRETOR DEDICA SEU FILME
“ A meu pai, Francisco
A meu filho, Enzo”
O ÚLTIMO DIA DE SOL
Um filme de Nirton Venâncio
CRÍTICAS
O último dia de sol é uma belíssima investida no
cinema dos sentimentos e da memória Rosselini
redivivo, numa lição despojada de recursos, mas
requintadíssima de sinceridade. Venâncio, que
havia realizado um poético e emocionante
curta-metragem em 1988, “Um cotidiano perdido no
tempo”, prossegue revisitando o seu próprio
passado com a segurança dos grandes veteranos do
cinema da Península. “Só é moderno aquele que
soube ser antigo”, dizia Murilo Mendes. O olhar
de Venâncio e a luz de Miguel Freire jamais
interferem de maneira grosseira na observação
adulta dos sentidos aviltados do menino
personagem; a opção pelo branco e preto se impõe
na tentativa de detectar fragmentos dolorosos da
memória de um país à deriva.
O último dia de sol parece um episódio apócrifo
de “Roma, cidade aberta” ou “Alemanha, ano
zero”. Quem se amarra em firula, vai criticar o
final em aberto, o tempo excedente de algum
plano e a economia dos diálogos. Os amantes do
fetiche vão detestar a decupagem clássica. Mas
somente aqueles que odeiam o cinema como meio de
aperfeiçoamento humano serão incapazes de
enxergar que estão diante de um filme grandioso
em sua generosidade. A evolução de Venâncio o
coloca além do cinema narrativo e mais próximo
da poesia em estado seminal. Eis, finalmente, um
herdeiro insuspeito da dramaturgia prosaica,
embora universal, e imensa em afetividade, de
Roberto Santos.
Carlos Reichenbach
O último dia de sol só surpreende a quem não
conhece o talento de Venâncio. Ele fez com um
curta o filme político mais sólido do cinema
brasileiro. Não é exagero. O filme se impõe na
tela como uma recordação dolorosa. Pleno de
sensibilidade, acompanha o drama de uma família
visto pelo olhar do filho, um garoto de dez
anos. O enredo, situado em 1° de abril de 1964,
logo após o anúncio do golpe militar, mostra os
preparativos dos pais para sair de casa e
apanhar o trem. Sem entender nada do que se
passa, a partir do choro copioso da tia-avó, ele
percebe que algo está errado. Essa concretização
só vem na cena final.
Narrado com um notável rigor cinematográfico,
ensejando a criação de um clima de tensão,
Nirton se revela um diretor de atores de méritos
inquestionáveis. Sua sensibilidade de poeta
enche a história de emoção, trazendo de volta à
memória os tempos negros do autoritarismo, a dor
das perdas irreparáveis as quais levaram
milhares de famílias ao desespero e ao
sofrimento, e a criação de uma geração de filhos
sem pais. Está tudo lá, em O último dia de sol.
Pedro Martins Freire
(O Diário do Nordeste)
O curta O último dia de sol, produção que uniu
equipe brasiliense e cearense é uma história
delicada. A fotografia em preto-e-branco de
Miguel Freire oferece boa atmosfera para a
narrativa. Um menino é acordado de madrugada
pela tia-avó (Antonieta Noronha), para que saia
de viagem com os pais (Ademir Miranda e Dora
Wainer). Sonolento, ele não entende a razão da
tão repentina “viagem”. Na verdade, o pai, um
militante político, foge dos militares que
haviam deposto o presidente João Goulart. A
reconstituição de época é boa (e o que é melhor,
discreta), o elenco rende bem (inclusive o
garoto Allyson Amaral), direção e roteiro são
econômicos (emissões de rádio, foto de Jango e
um primeiro de abril no calendário situam o
tempo histórico). Os diálogos se restringem ao
essencial.
Maria do Rosário Caetano
(Jornal de Brasília)
SINOPSE
A ação se passa na madrugada de 1 de abril de
1964, o dia seguinte ao golpe militar no Brasil,
numa pequena cidade do interior nordestino, e
conta a fuga de um militante político, com a
mulher e o filho pequeno, em um percurso de
poucas horas, que se estende desde a saída de
casa até o embarque frustrado na estação de
trem.
DADOS DE PRODUÇÃO
Rodado em Baturité, a 100 quilômetros da capital
cearense, o filme contou com a participação de
oito atores centrais e mais de cinqüenta
figurantes moradores da cidade.
Para a cena na estação de trem, foi recuperado
um vagão-restaurante ferroviário e transformado
em vagão de passageiro da década de 60. Uma
antiga camioneta rural foi caracterizada de
viatura militar da época.
DADOS TÉCNICOS
Bitola: 35 mm - preto-e-branco
Duração: 18 minutos
Elenco
Menino Allyson Amaral
Pai Ademir Miranda
Mãe Dora Walner
Carregador Reinaldo Vieira
Tia-avó Antonieta Noronha
Tenente Castelo Joça Andrade
Soldado Silva Pedro Domingues
E mais de 50 moradores de Batarité, Ceará que
trabalharam como figurantes.
Argumento, roteiro e direção
Nirton Yenancio
Produção Executiva
Magna Mastroiamni
Direção de Produção
Almiro Santos Filho
Alvarina Sousa Silva
Direção de Fotografia e Câmara
Miguel Freire
Direção de Arte
Jefferson de Albuquerque
Cenografia
Walmir Azevedo
Som Direto
Chico Borôro
Márcio Câmara
Continuidade
Érika Bauer
Florence Weyne
Trilha Sonora
Eugênio Matos
Montagem e Edição de Som
Severino Dada
Figurinos e Maquiagem
Dami Cruz
Still
Gaiba Sandras
Deise Jenissy
Elétrica
Carlito Almeida
Pequeno Rock
Maquinaria
Serjão Ricardo
Assistência de Direção
Luiz Carlos Salariel
Joe Pimentel
Assistência de Câmara
Carlos Silvestre “Russo”
Matias Sebastian
Pedro Rodrigues
Assistência de Produção
José Rosa Filho
Marcos França
Assistência de Cenografia
Fábio Vasconcellos
Assistência de Elétrica
Cláudio Braga
No-Batal
Assistência de Som
Lênio Oliveira
Assistência de Figurino/Maquiagem
José Everardo
Cenotécnica (vagão ferroviário)
Antônio Jader Din
Making of
Walmir Mota
Boy de Set
Vitor Torres
Transcrição de Som
Júlio Damasceno (CTAv)
Mixagem
Rob Filmes
Transcrição Ótica
Rob Filmes/Labo Cine
Letreiros
Ana Rita Nemer
Filmagem de Letreiros
Sérgio Arena (CTAv)
Montagem de Negativo
Labo Cine do Brasil
Transmissão de Rádio Roquete Pinto
Arquivo Collector´s Editors
Discurso de Jango
Documentos Sonoros
Nosso Século
Editora Abril, 1980
Laboratório
Labo Cine do Brasil
Negativo
5222 ASA 200 Kodak
Uma realização
Governo do Estado do Ceará através da
Lei Estadual de Incentivo à Cultura nº 12.464
Lei Jereissati
Recursos Captados na Teleceará e Coelce
Patrocínio
Prefeitura Municipal de Baturité, Ceará
Hotel Íbis de Fortaleza
Companhia Ferroviária do Nordeste - CFN
Faculdade Latino – Americana de Ciências Sociais
Associação Cearense de Cinema e Vídeo do Ceará
Apoio
Quanta do Ceará
CBC & A Propaganda
Casa Amarela Eusélio Oliveira
Bureau de Artes Cênicas do Teatro José de
Alencar
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Animatógrafo Cinema e Vídeo
Museu Olavo Dutra de Baturité
Restaurante Chinatown de Fortaleza
Restaurante Labaredas de Fortaleza
Quentinha Marmitaria de Fortaleza
Rápido Crateús
Cel. Leandro – Casa Militar do Ceará
Ascom – Nupra do BNB
Verdes Mares Vídeo
NIRTON VENANCIO
FILMOGRAFIA
1981 – “MEMÓRIA DAS ÁGUAS”
roteiro e direção
curta-metragem, documentário, super-8
1982 – “FORTALEZA, POESIA ANÔNIMA”
roteiro e direção
curta-metragem, documentário, super-8
1982 – “LIRA NORDESTINA”
roteiro e direção
curta-metragem, documentário, super-8
1988 – “UM COTIDIANO PERDIDO NO TEMPO”
roteiro e direção
curta-metragem, ficção, 35 mm
1990 – “WALKING ON WATER”
direção
curta-metragem, ficção, betacam
produção: House Top (Inglaterra) e Verbo Filmes
(Brasil)
1999 – “O ÚLTIMO DIA DE SOL”
roteiro e direção
curta-metragem, ficção, 35 mm
ATIVIDADES EM OUTROS FILMES
1975 – “Padre Cícero, o patriarca do sertão”, de
Helder Martins
Assistente de plateau/figurante
1983 – “Tigipió”, de Pedro Jorge de Castro
Fotógrafo de cena
1984 – “O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto”,
de Rosemberg Cariry
Assistente de direção
1986 – “O país dos tenentes”, de João Batista de
Andrade
Fotógrafo de cena
1986 – “A mais remota lembrança”, de Pedro Jorge
de Castro
Assistente de direção
1987 – “Cego Oliveria”, de Rosemberg Cariry
Fotógrafo de cena
1992 – “Capitalismo Selvagem”, de André Klotzel
Fotógrafo de cena
1993 – “Fábrica de dormentes”, de Pedro Jorge de
Castro
Assistente de direção
1993 – “O calor da pele”, de Pedro Jorge de
Castro
Assistente de direção
1994 – “Corisco e Dada”, de Rosemberg Cariry
Assistente de direção
1996 – “Oropa, França e Bahia”, de Glauber Filho
Assistente de direção
Agradecimentos
Augusto César Costa
Auristela Viana
Bete Jaguaribe
Cariri Filmes
Danielle Parente
Ernandi Tito
Fernando Cavalcanti
Filmino Holanda
Flávio Paiva
Francis Vale
Frank Helnzler
Franzé Leal
Gabrielle Garcia
Glauber Filho
Heloísa Niemeyer
Instituto Histórico Ceará
Iolanda Cristina
Marco Antônio Félix
Martus Passeios Marítimos
Nilton Almeida
Paulo Nazareno
Peta Venâncio
Regina Venâncio-Heinzier
Revista & Cia.
Rogério Cavalcanti
Roberto Machado
Roberto Santos Filho (“Tuta”)
Secretaria de Cultura do Distrito Federal
Severino Dada
Stela Souza
Telmo Carvalho
Vagner Venâncio
Valderez Venâncio
Wolney Oliveira
Filmado nas noites de maio de 97 e fevereiro de
98,
em Baturité, Ceará.
Copyright@Nirton Venancio, 1999
Todos os direitos reservados
FIM |
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