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UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL
"Ela pode ser o espelho de meu sonho.(...) deve
ser a razão de minha sobrevivência.(...) Eu
colherei seu riso e suas lágrimas. (...) O
sentido de minha vida é ela."
Comédia romântica sobre o drama da atração
amorosa entre pessoas vivendo circunstâncias
muito diferentes, "Um lugar chamado Notting
Hill" (Notting Hill - EUA, 1999 - de Roger
Michell - 120 min.) tem uma encantadora trilha
sonora para expressar os sentimentos dos
personagens, acompanhando a história,
protagonizada por Julia Roberts e Hugh Grant.
Inteiramente filmada na vila de Notting Hill
(onde todos os dias há feira), em Londres
(Inglaterra).
"O brilho de seu rosto diz que ela precisa de
mim. Há sinceridade em seus olhos."
Uma atriz americana famosa, perseguida de forma
implacável por fotógrafos e repórteres,
encontra-se casualmente com o proprietário de
pequena livraria. Eles se apaixonam, mas hesitam
em assumir compromisso afetivo porque percebem
as muitas dificuldades de seu cotidiano. Nesse
aspecto, o filme é bem realista; e quando
retrata as desvantagens da fama; assinala,
igualmente, as diferenças culturais entre
norte-americanos e britânicos.
"Eu vivo em Notting Hill. Você, em Beverly Hills."
Os personagens secundários também se mostram
interessantes, humanos, capazes de rir e fazer
rir; de conversar, celebrar, partilhar momentos
e confidências. Vivem a solidariedade da
amizade.
Inscrição no banco de um jardim particular:
"Para June, que amava este jardim. Para Joseph,
que sempre sentou a seu lado." Observação pronta
da atriz sobre essas palavras: "Algumas pessoas
passam juntas a vida inteira."
Destaques: produção, direção, elenco,
interpretação; roteiro; fotografia; trilha
sonora; montagem e locações. A beleza e o charme
dos protagonistas. As cenas românticas; os
extras; a câmera acompanhando o jovem dono da
livraria (Hugh Grant, interpretando o personagem
William Thacker) ao caminhar pelo seu bairro no
decorrer das estações, em cenas que se sucedem
no tempo: sob sol, chuva e neve caindo... As
panorâmicas horizontais e verticais; o uso da
grua.
"Não tem brilho de sol quando ela vai embora.
Não fica quente quando ela não está. Esta casa
deixa de ser um lar quando ela vai embora."
A temática principal enfatiza a questão das
pessoas trabalharem e conviverem sem que se
preparem para decisões afetivas que podem mudar
suas vidas em termos de qualidade humana,
acrescentando intensidade e uma alegria toda
especial. A dificuldade para manifestarem seus
sentimentos e tomarem decisões de acordo com o
que sentem tão profundamente. A presença
marcante do amor, da amizade, do companheirismo.
Sonhos e situações inesperadas, desconcertantes,
mas possíveis.
"Não conseguirei enxergar o amanhã...(...) Como
curar um coração partido? Como impedir a chuva
de cair? (...) Como impedir aquele velho sol de
brilhar?"
Ambivalência, indecisão e até falta de
sinceridade nas pessoas famosas, forçadas a
lidar com estranhos...cuidadosamente evitando
problemas e até mesmo fingindo, sem falar ou
dizendo o que não é verdade. Entretanto, vemos
que a sinceridade é uma atitude quase incomum
para todos, na convivência social.
"Você diz tudo quando não fala nada."
Não gostei, porém, das cenas perigosas no
trânsito, com velocidade e manobras
inaceitáveis, por razões românticas e com
momentos de riso.
Considerei vulgares algumas cenas e certos
gestos e diálogos; assim como os comentários
não-éticos sobre Mel Gibson e Meg Ryan.
Retornando às frases sentimentais, comecemos
citando dois diálogos que não ocorrem no final
do filme:
- "Quem largou quem? (ela, durante jantar no
restaurante)
- Ela me largou. (ele)
- Por quê? (ela)
- Porque viu além de mim. " (ele)
(...)
Ela pergunta - "Posso ficar mais um pouco?"
Ele responde sem hesitar - "Fique para sempre."
Vamos a mais citações:
"É muito difícil encontrar alguém que você ame e
que amará você."
(...) " É como o amor devia ser. Flutuando num
céu azul escuro."
(...) " Essa coisa de fama não é real. Um dia,
acaba. Sou apenas uma garota parada na frente de
um cara pedindo a ele que me ame."
(...) "É incrível como você, sem dizer uma
palavra, fala direto ao meu coração; sem dizer
uma palavra, ilumina a escuridão."
(...) "Sem dizer nada ela ilumina a minha
escuridão. Ela diz tudo sem falar nada."
(...) " Ela é a razão por que eu vivo, o motivo
de minha sobrevivência."
(...) " Onde ela vai eu devo estar."
Theresa Catharina de Góes Campos |
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