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YOL
Palma de Ouro em Cannes, "Yol" (Yol -
Suíça/Turquia - 1982 - de Serif Goren - 111
min.) é um filme inesquecível, pungente, de
"tirar lágrimas das pedras". A palavra-título
significa "liberdade" em turco.
Excelente na forma e no conteúdo. Realista, mas
com momentos de lirismo. Clima de suspense
devido ao clima de tragédia permanente.
Impressionante, inclusive, porque Serif Goren
dirigiu o filme quando estava na prisão...e
conseguiu realizá-lo com eficiência, vigor e
sensibilidade, enviando suas instruções para o
exterior, orientando sua equipe e seus atores,
até mesmo em cenários que apresentam
dificuldades. Como pôde? Parece inacreditável,
não? Deve ter sido a força maravilhosa da arte,
vivenciada no sofrimento diário, guiada por
ideais humanísticos.
Destaques: produção, direção, interpretação,
roteiro, fotografia (belíssima) e trilha sonora;
temas e personagens atuais; locações externas.
Intérpretes principais: Tarik Akan e Serif Sezer.
Em dramatização documental, "Yol" retrata homens
e mulheres que tentam sobreviver apesar do país
quase destruído, atormentado sob uma ditadura
militar.Uma existência de prisões diversas.
Um ex-prisioneiro político busca se adaptar, na
família e junto aos companheiros. Nada é fácil,
sobretudo porque os preconceitos culturais,
sociais e religiosos são inúmeros,
principalmente no que se refere às mulheres.
Negligenciadas, humilhadas e abandonadas, elas
também sofrem com vários tipos de violência
física. Nem mesmo como esposas e mães são
respeitadas. A elas não se dá amor, nem
liberdade. A elas se nega a vida!
Theresa Catharina de Góes Campos
(Obs. Assisti ao filme no cinema, mas pode ser
encontrado em vídeo Poletel.) |
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